sábado, 27 de agosto de 2011

A criação do mundo segundo o Candomblé





ỌRÚNM.LÁ E AS OUTRAS DIVINDADES

Ninguém deve confundir o mundo tentando igualar as divindades com Deus. Ọrúnm.lá tem
revelado claramente que todas as divindades menores foram criadas por Deus para assisti-lo na
gerência do sistema planetário e sem exceção, todos deviam total lealdade Ele. As divindades
consideram a si mesmas como servas de Deus, mandadas ao mundo para ajudá-lo a fazer um lugar
mais habitável para colocar os mortais, de modo que através deles , o homem possa ser capaz de
apreciar como Deus ama suas criaturas. Quando por exemplo uma sacerdotisa da divindade das
águas (Olókun), tomando-se possuída, ela começa por cantando em louvor de Deus e reconhecendo
sua supremacia acima de toda a existência. Quando Ògún (o engenheiro divino) possui seu
sacerdote, ele também começa por pagando tributo a Deus todo poderoso e agradecendo-o por fazer
o possível por ele (Ògún) para contar aos mortais que eles não deveriam saber de outro modo sobre
eles mesmos.
O mesmo é verdade para a divindade da eletricidade (Sàngó), e para cada uma das 200 divindade
criadas por Deus. Eles são ditos para serem membros do conselho Divino de Deus.
Do mesmo modo, o sacerdote de Ifá começa sua atividade reconhecendo Deus como o repositório
de todo conhecimento e sabedoría. Não permitir ao homem por isso pensar que, prestar serviços
através de alguma das divindades, é ser um substituto dos serviços de Deus.
Ọrúnm.lá tem revelado para seus seguidores que as primeiras criações de Deus são as divindades
menores. Eles são os primeiros habitantes do céu levando uma vida normal, cada um na imagem
que se pareciam como próprio Deus. A Morte é uma das criações favorítas de Deus e ele era o que
buscava a argila com que a imagem dos homens era moldada depois daquelas divindades.
Depois da moldagem da figura humana em barro, era tempo de lhe dar o hálito de vida, de modo
que Deus falou a todas as divindades que estavam presentes para fecharem seus olhos. Todos
fecharam seus olhos, exceto Ọrúnm.lá, que simplesmente cobriu sua face com seus dedos sem
cobrir seus olhos. Quando Deus estava insuflando o sopro de vida no homem, descobriu que
Ọrúnm.lá estava assistindo-o . Quando Ọrúnm.lá tentou fechar seus olhos depois de ter sido pego
espionando, Deus chamou-o para manter seus olhos abertos já que nada espetacular era feito sem
uma testemunha viva. Este é o porquê Ọrúnm.lá é chamado Ukpin ou Oríşa (Testemunha do próprio
Deus).
Segundo a criação do homem, era tempo para Deus talhar a terra para ser habitada. Mas o homem
era também ainda muito jovem e inexperiente nos caminhos do céu para ser exposto à tarefa de
estabelecer um novo domicílio com seu próprio discernimento. Deus por isso preferiu mandar as
divindades a terra para estabelecer com seu próprio discernimento e experiência.
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A FUNDAÇÃO DO MUNDO
Quando Deus manda uma mensagem a alguém, Ele não lhe dá termos minuciosos como referência.
Ele conta com o mensageiro para usar seu próprio senso comum ou discrição para executar a tarefa.
Deus apenas espera resultados positivos e é permitido ao mensageiro fazer quatro de dois e dois.
Os primeiros habitantes desta terra foram as 200 divindades. A terra era então chamada
DIVINOSFERA, até o momento quando as divindades, como é hoje, foram os únicos com
capacidade espiritual para se comunicar entre o céu e a terra. Eles são capazes de saber ao mesmo
tempo o que está acontecendo na terra e no céu com seus poderes extravisionários. Os habitantes do
céu foram se tornando muito populosos, e o próprio Deus, quem poderia no momento, como Pai
Onipotente que Ele é, atender pessoalmente as súplicas de suas crianças no Céu, instituiu tarefas
tornando-o super lotado para Ele. Por essa razão, Ele decidiu criar um novo Firmamento para
Divindades e Humanos semelhantes viverem, como um modo de despovoamento dos céus. Na
verdade, o que não divulgou as suas criaturas era que estava indo transfigurado no ar fino, de modo
que depois disso pudesse somente ser comunicado com espírito.
A CRIAÇÃO DA DIVINOSFERA:
Este trabalho não está tentando desafiar todas os outros relatos de “Criação do Mundo”, que tem
previamente sido dados pelos videntes, ouvintes e profetas. É tentando narrar o relato de Ọrúnm.lá
de como o fenômeno geográfico agora referido como a terra, veio a ser uma parte do sistema
planetário.
Em um dos encontros semanais do Conselho Divino, Deus perguntou as divindades, quais delas
estavam preparadas para ir a terra criar uma nova habitação. Deus os informou que todos que se
apresentassem voluntariamente para ir estavam indo agir dentro de uma ordem do Conselho Divino
para estabelecer na terra, as leis naturais que fizeram do céu um lugar tão bonito para se viver. Ele
os informou que as mesmas regras iriam operar na terra.
Havia apenas dois conjuntos amplos de regras que Ele lhes daria.
1 – Ninguém tiraria vantagem indevida de Sua (de Deus) ausência física para atribuir a si mesmo
Sua função de Pai de todo o Universo. Todos eles deveriam respeito a Ele como o criador de tudo,
ou seja, eles sempre dariam início aos seus trabalhos na terra prestando o devido respeita a Ele
como seu Pai eterno, e...
2 – Ninguém deveria fazer aos outro o que não gostaria que os outros lhes fizessem; regra a qual é
conhecida como “Regra Dourada”. Isto se destinava a que eles não fossem mortos sem um
julgamento apropriado pelas divindades.
Eles não furtariam as propriedades uns dos outros, como no céu a punição seria a morte.
Eles não se poríam uns contra os outros, um seduzindo a esposa do outro ou fazendo outra coisa
para o outro que resultaria em sofrimento.
Eles deviam se opor ao ímpeto de vingança uns contra os outros, já que todos os desacordos mútuos
deviam ser resolvidos através de um julgamento público no Conselho das Divindades. Acima de
tudo, eles deviam respeitar sua regra divina que tudo quanto alguém fizesse para prejudicar seu
equivalente divino, a retribuição viria para o agressor dez vezes mais. Finalmente, Ele lhes
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informou que o segredo do sucesso estava em ouvir sempre a voz silenciosa da divindade chamada
Perseverança.
CAPÍTULO III
A PRIMEIRA TENTATIVA DE ESTABELECER A VIDA NA TERRA
Oposto ao motivo deste conjunto de regras e regulamentos, Deus desenvolveu um plano para
despachar todas as divindades para a terra simultaneamente sem nenhum aviso prévio. Uma bela
manhã portanto, Deus chamou a sua criada Arugba para convidar cada uma das divindades, em suas
respectivas casas, para aparecerem no palácio celeste na manhã seguinte para um desígnio especial.
Arugba pôs-se a caminho muito cedo naquela manhã. Antes então de qualquer modo, Deus tinha
preparado uma câmara especial completamente equipada com vários implementos com os quais Ele
contava que as divindades executassem suas tarefas na terra. A mensagem de Arugba para cada uma
das divindades foi clara.
“Meu pai me enviou para convidá-lo a se preparar para uma tarefa especial amanhã pela manhã.
Você deve começar se preparando para partir em missão assim que a mensagem divina lhe for dada.
Você não deve retornar para sua casa antes de embarcar na missão.”
A maioría das Divindades levou a mensagem ao “pé-da-letra” e não se preocupou em se informar
com seus próprios conselheiros ou guardiões em como começar a tarefa que Deus tinha reservado
para eles. Arugba visitou as casas das divindades por ordem de idade, que significa que Ọrúnm.lá, o
mais moço das divindades, foi o último a ser visitado.
Entretanto, Ọrúnm.lá que estava habituado a criar circunstâncias de divinação toda manhã, foi
avisado por Ifá a fazer um banquete naquele dia particular em antecipação a uma visita em sua
residência. Na hora que Arugba alcançou a casa de Ọrúnm.lá, já era muito tarde da noite. Não tinha
feito nenhuma refeição desde a manhã, e Arugba já estava com muita fome quando alcançou a casa
de Ọrúnm.lá. Antes de permiti-la entregar a mensagem divina, Ọrúnm.lá a persuadiu a fazer uma
refeição. Ela comeu até se satisfazer e então contou a Ọrúnm.lá que Deus queria que ele
comparecesse em seu palácio no próximo dia, junto com as outras divindades para uma missão
especial.
Em reconhecimento a hospitalidade de Ọrúnm.lá, ela confidenciou ajudando-o revelando detalhes
da missão que Deus tinha reservado para eles.
Ela o avisou para pedir por três favores especiais para Deus em adição a qualquer instrumento que
ele coletaria da Câmara Especial para sua missão. Ele deveria perguntar pelo CAMALEÃO,
(Alagemo em Yorùbá e OMAENEROKHI em Bini), a galinha multicolorída doméstica de Deus, e a
bolsa especial do próprio Deus (Akponimijekun em Yorùbá e Agbavboko em Bini). Nós veremos o
significado deste pedido especial mais tarde. Em uma última ressalva, Arugba informou Ọrúnm.lá
que se ele assim o desejasse, poderia também persuadir Deus em levá-la acompanhando-o na sua
missão. Com estas palavras de aviso Arugba partiu para casa, tendo completado sua tarefa.
Na manhã seguinte, um após o outro, todas as divindades apresentaram-se no Palácio Divino de
Deus. Tão logo que chegaram, Deus pediu para cada um deles prosseguir na jornada para a terra
sem regressar aos seus respectivos lares. Um após o outro eles vieram e se moveram marchando em
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ordem para partir para a terra. As primeiras divindades a chegarem na terra logo descobriram que
não havia solo para pisar. Todo o lugar era alagado. Havia uma única palmeira que se encontrava no
meio das águas com suas raízes no céu, que era o portão para o mesmo. Como eles estavam
chegando, e não tinham nenhum outro lugar para ficar exceto nos ramos da palmeira. Era um
momento realmente muito difícil.
Antes de partir do céu, cada uma das divindades recolheu da Câmara Especial de Deus todo o
material e instrumentos de suas preferências. São os mesmos instrumentos que os iniciados no culto
de cada uma das divindades usa na iniciação nos dias de hoje.
Quando Ọrúnm.lá chegou ao Palácio de Deus, todos os outros já tinham ido.
Ele apresentou-se ao Pai Todo-Poderoso, e igualmente seguiu marchando em ordem imediatamente
para a terra. Ele foi informado como os outros, a recolher todo instrumento que ele achasse na
Câmara Especial. Contudo, todos os instrumentos disponíveis tinham sido coletados pelos outros e
havia uma única inútil concha de caracol.
Ele não tinha escolha mas agarrou-se a ela e então suplicou a Deus que já que não tinha nada mais
para resgatar da Câmara Especial, pediu:
(a) O Camaleão - a mas velha das criaturas na casa de Deus para aconselhá-lo em como tentar
resolver os problemas da fixação das habitações terrestres.
(b) O benefício de ir a terra com a multicolOrída galinha doméstica divina de Deus.
(c) A bolsa divina do próprio Pai Todo Poderoso, para recolher as coisas que ele estava
levando, e...
(d) O privilégio de ir para a terra com Arugba, para fazê-los lembrar das regras do céu.
Seus quatro pedidos foram atendidos. Como ele estava partindo, ele coletou quatro plantas
diferentes, que um sacerdote de Ifá usa para todos os seus preparativos. Ele também coletou
amostras de plantas e animais que ele pôde colocar nas mãos. Ele guardou sua coleção na sacola
que Deus lhe havia dado. A sacola Divina tinha a misteriosa capacidade de acomodar qualquer
coisa, não importando o tamanho e também produzir tudo o que era preciso para isso.
Quando Ọrúnm.lá alcançou o portão para a terra, ele encontrou todas as outras divindades
penduradas nos ramos da palmeira. Ele também não tinha opção exceto se unir a eles.
Depois de Ọrúnm.lá ter estado sentado ou parado nos ramos da palmeira por algum tempo, Arugba
recomendou-o, de dentro da sacola Divina onde estava escondida, a pegar a concha do caracol, e
virar a boca da mesma na água abaixo porque continha a base do solo da terra e que faria o chão
firme para pisarem.
Ọrúnm.lá que tinha coletado a concha do caracol vazia da Câmara Especial de Deus, não sabia do
seu conteúdo. É também óbvio que se encontrou com somente a concha do caracol dentro da
Câmara Especial de Deus porque todos os outros a tinham ignorado. Nenhum deles a não ser
Arugba sabia que continha o Segredo da terra. Quando Ọrúnm.lá virou a boca da concha do caracol
para baixo, o escasso conteúdo de areia caiu na água abaixo e esta começou a borbulhar. Dentro de
pouco tempo, grande quantidade de areia começou a se empilhar ao redor da palmeira. Depois de
muitos montes terem se formado, Arugba falou outra vez a Ọrúnm.lá de dentro da sacola. Desta
vez, recomendando-o a deixar cair à galinha nos montes da areia. Como a galinha espalhou os
montes, a área da terra começou a expandir. É a mesma operação que a galinha está executando até
hoje. Onde quer que a galinha seja encontrada, vê-se usar os pés para dispersar a areia na terra.
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Depois do solo ter sido expandido sobre uma extensa área, as outras divindades que estavam
pasmas com a misteriosa performance de Ọrúnm.lá. Mandaram-no descer e caminhar no solo para
verificar se ele poderia suportá-los. Mais uma vez Arugba aconselhou Ọrúnm.lá para com a sacola,
soltar o camaleão para caminhar primeiro no solo. O camaleão andou sobre o solo furtivamente, por
temer que pudesse desmoronar sob seus pés. Mas o chão agüentou firme, e esta é a mesma
prudência andando marchando que o camaleão ficou acostumado, até o dia de hoje. Este é o porque
do camaleão pisar gentilmente no solo.
Logo que Ọrúnm.lá teve certeza de que o solo estava suficientemente forte, ele desceu da palmeira
para a terra, e sua primeira tarefa foi transplantar as plantas que trouxe do céu. Depois disso todas
as outras divindades desceram para a terra uma depois da outra. Este é o motivo porque a palmeira,
a primeira a ser criada das que tinham suas raízes no céu, é respeitada por todas as divindades. É o
antepassado de sua estirpe. Todas as divindades espalharam-se da palmeira para estabelecer seus
vários domicílios em diferentes partes da terra. Ọrúnm.lá sendo o mais jovem de todas as
divindades morou e serviu a cada um dos mais velhos, um de cada vez. Ele serviu Ògún, Şàngó,
Olokún, Eziza, etc.
No decurso de sua servidão, uma das divindades apoderou-se de Arugba. Ele foi desta maneira
despojado de sua Conselheira Chefe e confidente.
É importante neste estágio mencionar que o processo de iniciação na religião de Ọrúnm.lá ou
Ifismo é uma tentativa para recordar este processo da partida do céu e chegada no mundo para se
estabelecer através da palmeira. A mulher que carrega os Ikin em sua cabeça para Ugbodu é
chamada de Arugba. É considerado um fato que Ọrúnm.lá nunca casou com Arugba, também não é
aconselhável a nenhum iniciado de Ifá casar coma mulher que o acompanha com o UGBODU.
Justamente por isso não é aconselhável empregar alguma esposa para a cerimônia, a fim da mulher
não ser na verdade seduzida por algum tempo depois da cerimônia, ou pela morte ou por outros.
A presença de Arugba como única mulher em volta, criou uma gama de problemas para as
divindades. Uma após outra, eles lutaram para retê-la. O conflito por Arugba logo trouxe a tona a
pior das divindades. A violência de alguns, isto á, Şàngó, Sankpana, Ògún, etc., combates mútuos
com todas as defesas a sua disposição. Houve total confusão que se encheu de aspereza entre eles.
Neste momento, Ọrúnm.lá foi o primeiro a retornar ao céu para fazer um relato a Deus. O papel de
protetor de Arugba perdeu-se para as divindades porque ela tinha sido privada da companhia de
Ọrúnm.lá com quem ela veio ao mundo.
Todas as outras divindades tinham se estabelecido com os instrumentos que eles coletaram na
Câmara Especial de Deus. De sua parte, Ọrúnm.lá tinha perdido o uso de todas as coisas que ele
trouxe, inclusive até a Sacola Divina, dos quais sem os conselhos de Arugba, ele não sabia como
usar. Depois de ter levado uma vida de privações e penúria, ele decidiu voltar para o céu para
perguntar a Deus porque a vida na terra era tão dolorosamente diferente da vida no céu. Até as
quatro plantas que ele trouxe do céu não o ajudaram apesar de elas serem usadas unicamente
durante a iniciação de Ifá até hoje, e elas também são usadas para alguns preparados medicinais
feitos por Ọrúnm.lá.
Quando foi o momento de Ọrúnm.lá retornar para o céu, ele foi até o pé da palmeira e subiu para
seus ramos donde ele se transfigurou para o céu. De volta ao céu, ele foi o único das muitas
divindades a ver a última forma física do próprio Deus.
O Deus Onipotente que era conhecido por nunca perder sua calma, estava evidentemente aborrecido
diante de Ọrúnm.lá. Ele apresentou suas desculpas a Deus por olhar os traços físicos, do pescoço
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em diante, mas explicou as dificuldades que ele tinha experimentado na terra nas mão de seus
irmãos divinos. Ele reclamou que surpreendentemente, as regras celestes não estavam sendo
seguidas na terra. Após ter ouvido o relato revelado por Ọrúnm.lá, Deus convenceu-o a permanecer
momentaneamente no céu, mas enviou o obstáculo, o mais poderoso de todas as divindades,
(Elenini em Yorùbá e Idoboo em Bini) para ir verificar o relatório de Ọrúnm.lá. Quando Elenini
chegou a terra, ele observou o espetáculo do restante das divindades no corpo a corpo. Ele não ficou
apenas satisfeito que o relato de Ọrúnm.lá estava correto, mas também ficou receoso que com a
privação predominando na terra, as divindades poderiam acabar guerreando umas contra as outras.
OUTRAS DIVINDADES RETORNAM PARA O CÉU
Tão logo Ọrúnm.lá partiu para o céu, as outras divindades se recusaram a cooperar umas com as
outras. Seu irmão mais novo que costumava servir a todos eles tinha partido e nenhum dos restantes
estava preparado para servir mais ninguém. A vida se tornou especialmente intolerável, visto que
não havia meio de fazer trocas comerciais. A necessidade por dinheiro tinha se tornado muito
evidente. Um após o outro se juntaram de volta para o céu para relatar a missão impossível. Eles
também decidiram que iriam solicitar a Deus para lhes dar Autorídade Divina (Àşe) como qual eles
poderiam induzir as coisas a acontecer, por empregados mortais para servi-los e por dinheiro como
qual fazer negócios uns com os outros.
Chegando no céu, eles pediram por estes favores e Deus os deu todos a eles, mas comprometeu-se
a despachar dinheiro depois de eles retornarem para a terra. De todos eles inclusive Ọrúnm.lá foi
ordenado retornar a terra para completar a missão que haviam iniciado.
Neste instante, já que o solo tinha se formado na terra, foi possível retornar pela rota terrestre.
Um a um, as divindades começaram a retornar para a terra com seus servidores humanos. Como
eles estavam partindo nenhum deles se preocupou em descobrir os elementos misteriosos
responsáveis pelas dificuldades que eles tinha encontrado na terra. Èşu, “a divindade do infortúnio”,
tinha jurado criar problemas para algumas divindades que falharam em angariar seu apoio antes do
retorno a terra.
OYEKU MEJI revelará mais tarde como Èşu abriu as pipas das chuvas do céu para ocasionar três
anos de aguaceiro o qual impediu as divindades de retomar seus destinos no momento. Contudo
antes da partida, Ọrúnm.lá procurou a Oríentação de seu conselheiro que lhe disse para não ser
apressado em assegurar o dinheiro que Deus tinha prometido enviar ao mundo, e oferecer sacrifício
a Èşu antes de sair do céu. Ọrúnm.lá fez conforme lhe tinha dito.
AS DIVINDADES RETORNAM PARA A TERRA
Antes de deixar o céu, Ọrúnm.lá foi avisado por Deus para retornar ao pé da palmeira da qual as
divindades desceram no primeiro estágio, porque foi o alicerce de sua existência na terra. Logo que
as divindades se puseram a caminho em sua jornada de retorno a terra, uma forte chuva começou a
cair. A chuva continuou por muitos dias e noites. Mas Ọrúnm.lá tinha sido avisado para não tentar
se abrigar da chuva antes do retorno para a terra. Em oposição da chuva moveu-se imediatamente
para construir uma cabana no pé da palmeira. Todos os outros não encontraram um jeito até depois
da chuva ter parado, isto é, mil dias e mil noites depois. Em seguida ao enfraquecimento da chuva,
eles encontraram na beira da estrada um adivinho chamado Okiti kpuke que os avisou que eles só
poderiam instalar-se adequadamente após prestar homenagem ao alicerce de sua Orígem o qual é o
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pé da palmeira. Tomou tempo descobrir a localização da palmeira aonde Ọrúnm.lá tinha entretanto
estabelecido uma habitação viável. Visto que ele era o proprietário da palmeira, ele colhia os
benefícios de todos os sacrifícios feitos por cada uma das divindades no pé da palmeira.
O DINHEIRO VEM PARA O MUNDO
Após eles estarem razoavelmente instalados, o papagaio foi o primeiro a descobrir uma grande
quantidade de búzios que descendiam do céu pela margem da vastidão de água que separava o céu
da terra. O papagaio alertou as divindades, que sem uma preparação adequada, começaram a tirar
dinheiro do monte. Depois eles veriam como aqueles que tentaram extraí-lo, estavam todos mortos
embaixo de sua avalanche.
Èşu ainda estava com seu jogo para destruir todas as divindades que se recusaram a admitir sua
influência e autOrídade. Quando Ọrúnm.lá viu todas as outras divindades que correram depois que
faltou o dinheiro para retornar para casa, ele decidiu ir e descobrir o que estava acontecendo com
eles. Ele percebeu que eles todos tinham perecido embaixo da avalanche de dinheiro. Ele então
decidiu questionar seu “anjo guardião” no que foi responsável pela destruição em massa. Ele foi
informado que alguns dos que juntaram o dinheiro com voracidade e avareza estavam prestes a ser
destruídos pela razão de que o dinheiro sempre foi um prodígio ávido. Qualquer um que cobiçou
desfrutar os benefícios do dinheiro tinha que primeiramente alimentado-o . Ele foi informado o que
fazer para alimentar o dinheiro e como juntá-lo. Ele fez conforme lhe foi dito e se tornou a única
divindade que teve êxito em fazer do dinheiro seu criado. Este é o motivo que no altar de Ifá se
coloca dinheiro e búzios até hoje.
O PRINCÍPIO DOS CONFLITOS FÍSICOS
O êxito com que Ọrúnm.lá descobriu o segredo do dinheiro trouxe-lhe a fúria das divindades
remanescentes, que lançaram mão de iniciar ataques para destruí-lo. Por meio de um sacrifício
especial revelado por Ejiogbe, Ọrúnm.lá fez seus inimigos estarem lutando entre si. Houve total
pandemônio na terra por causa da partilha do dinheiro. Entrementes as novidades chegaram ao céu
que havia um tumulto geral na terra. Deus enviou a Morte para ir buscar os responsáveis pelo
conflito de volta para o céu, mas ele tentou e fracassou. Ele só teve êxito na retirada dos discípulos
das divindades mas não as divindades em si.
Com seus discípulos destruídos pela Morte, eles descobriram que não poderiam realizar muito sem
a ajuda de seus auxiliares.
O PRINCÍPIO DA DESTRUIÇÃO DO MUNDO
Dinheiro e morte junto tiveram êxito em dobrar a espinha das divindades, por que eles tinham
ignorado totalmente as leis de céu quando vieram ao mundo. Foi por fim a mais forte divindade
(Infortúnio ou Obstáculo) a vir e acabar por levá-los para cima (?). Ele deixou o palácio de Deus
com instruções claras de voltar com o resto das divindades. Ele foi com sua Akpo minijekun para
capturar e trazê-los de volta aos céus. Entrementes Ọrúnm.lá, fez sua adivinhação diária numa
manhã e viu que uma catástrofe estava se aproximando, Ele foi avisado por Ifá a preparar um
banquete elaborado para uma poderosa visita que estava vindo do céu. Ele foi informado que
haveria um sinal aparecendo no horízonte três dias antes da chegada do visitante. No dia da chegada
do visitante ele agruparia todos os seus seguidores e dançariam em cortejo de sua casa até o prédio
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administrativo (prefeitura) aonde eles dançariam e cantariam em louvor ao “Augusto” visitante. Da
“prefeitura” ele o convidaria para um banquete em sua casa. Aquela era a única maneira que ele
poderia salvar a si mesmo de uma catástrofe iminente. Ele fez conforme lhe foi dito.
Por volta de sete dias depois ele viu uma estrela vermelha aparecendo no céu e ele percebeu que o
visitante estava a caminho. Ele fez a preparação que tinha sido avisado a fazer e foi no máximo da
prontidão.
Desconhecido para ele, o visitante já estava no mundo. Divindade do Infortúnio, o mais poderoso de
todos eles, estava por perto. Sua primeira escala foi na casa de Ògún. Ele encontrou Ògún em sua
oficina e rapidamente o transformou em folha e o embolsou. Ele fez a mesma coisa com todas as
outras divindades durante os próximos três dias. No terceiro dia ele tinha aprisionado a todos eles
dentro de sua bolsa e era hora de ir a Ọrúnm.lá. Quando ele estava seguindo para a casa de
Ọrúnm.lá, ele encontrou uma procissão de cantores e dançarinos louvando. Eles lhe deram Obi para
comer e água fresca para beber, chamando o de Pai de todos eles e amigo divino íntimo de Deus
Todo Poderoso.
Pela primeira vez desde sua chegada ao mundo, Infortúnio sorriu. Ọrúnm.lá então apareceu e lhe
disse que desconfiava de ele estar muito faminto e tinha preparado um banquete para ele.
Ele os seguiu até a casa do líder da procissão entre canções e danças. Chegando na casa de
Ọrúnm.lá, o visitante celeste foi elaboradamente banqueteado com suas comidas mais importantes e
ele estava muitíssimo feliz. No final do banquete comentou que se todas as outras divindades
fossem tão magnânimas quanto Ọrúnm.lá, o céu não teria sido repleto de novidades de atrocidades
na terra.
Ele contou a Ọrúnm.lá e seus seguidores que Deus não tinha destinado o mundo a ser um antônimo,
mas um sinônimo do céu. Ele relatou que Deus estava determinado a destruir o mundo ao invés de
permiti-lo continuar como um constrangimento à boa imagem e reflexo de Deus.
Ele quis saber se Ọrúnm.lá com sua sabedOría poderia fazer um lugar melhor, ele respondeu que a
tarefa não era fácil, mas que ele continuaria a fazer o seu melhor.
Com isto Infortúnio deu-lhe a bolsa contendo todas as outras divindades e declarou que a partir daí,
ele passava a ter autOrídade sobre todos eles.
Isto explica por que os únicos divinadores que tem êxito nos caminhos do céu são aqueles que tem o
apoio e a cooperação de Òrúnmìlá a partir deste dia. Ser um sacerdote de Ògún, sacerdote de
Olokin, sacerdote de Şàngó, etc, a não ser que eles tenham seu próprio Ifá, eles não têm as bênçãos
do céu. De outro modo eles se tornam vítimas de todos os tipos de obstáculos.
A DESTRUIÇÃO FINAL DO MUNDO
Tão logo as divindades recuperaram sua liberdade então voltaram para suas brigas fratricidas. Eles
estavam particularmente enfurecidos pois compreendiam que foi Ọrúnm.lá quem realizou seu
salvamento das frias mãos do Infortúnio.
Novidades de suas atrocidades continuavam a chegar aos céus. Deus tinha sido informado que
Ọrúnm.lá foi à única divindade que estava agindo pelas leis do céu na terra. Deus então convocou a
palmeira a ir a terra providenciar uma plataforma para Òrúnmìlá retornar ao céu com seus
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seguidores. Uma noite Ọrúnm.lá foi convocado pelo seu “anjo guardião” (seu duplo) a organizar a
subida na palmeira a qual tinha rapidamente crescido na frente de sua casa. Ele tinha recebido três
dias para se preparar. Ele subiu na palmeira e pediu para todos os seus seguidores subirem depois
dele. Visto que eles alcançaram o cume da palmeira, eles todos foram absorvido para dentro do céu.
Assim que todos eles estavam em segurança no céu, seguiu-se um aguaceiro de chuva que alagou e
consumiu o mundo.
Aquele foi o fim da divinosfera e a primeira tentativa de criar uma habitação na terra. Pode ser
observado pelas amostras anteriores que o mal participou muito pouco ou não fez parte da
destruição do mundo.
CAPÍTULO IV
A SEGUNDA MORADIA NA TERRA
Ọrúnm.lá revela que se passaram sete gerações no céu antes que Deus decidisse lançar-se em uma
segunda experiência para a habitação da terra.
As divindades haviam argumentado que a primeira tentativa falhou porque houveram cozinheiros
demais preparando a sopa. Deus rendeu-se as sugestões das divindades e decidiu dar a cada um
deles a chance de expor suas aptidões. Foi Elenini a divindade do infortúnio quem propôs que a
Ògún, o engenheiro, seria dada a primeira tentativa. Ògún aceitou o desafio e decidiu sem demora
partir para a missão. Este é o motivo porque ele é considerado como o descobridor de caminhos, o
desbravador do universo.
Alagbede (Ògún) o metal, ferro divino, foi então enviado por Deus para preparar o caminho para os
outros. Como ferreiro da divinosfera (o mundo das divindades), ele foi implantar a infra-estrutura
para os outros construírem no mundo. Ògún era contudo, tão egocêntrico que ele não viu motivo em
consultar mais alguém no céu para se aconselhar antes da partida com seus seguidores em sua
missão. Ele partiu para a terra com seus 200 seguidores sem se incomodar em fazer as devidas
preparações para alimentá-los na terra. Ele achou que estabelecer uma moradia num ambiente
virgem era como ir para a guerra. Ògún também é uma divindade guerreira. Quando ele vai para a
guerra, ele vai sem provisão alguma para se alimentar. Ele come do que seu exército pilha, ao longo
da trilha. Ele veio para a terra com a mesma suposição. Logo eles chegaram à zona cinza (?) entre o
céu e a terra. A zona cinza é chamada Hades, que é a casa dos Imere (Aiku em Yorùbá e Igbakhuan
em Bini). A partir daí eles se lançaram para a zona negra da fronteira, aonde não havia luz do sol.
Era chamada Erebu. Muitos viajantes costumavam se perder naquela zona, na época quando as
pessoas viajavam livremente entre o céu e a terra. Uma vez que se aproximavam da escuridão do
útero feminino assim era para os viajantes que estavam vindo para o mundo. Chegando na terra, ele
colocou os seus homens para trabalhar sem demora, preparando residências temporárias e estradas.
Na manhã seguinte seus 200 seguidores mortais perguntaram a ele o que eles iriam comer. Já que
não havia comida por perto. Ele disse-lhes para cortar lascas (pedaços de pau) do mato em volta
para comer. Eles comeram as lascas apenas para alegrar seus corações, mas só aguçaram seus tubos
digestivos. Com 14 dias ele tinha perdido mais da metade de seus seguidores mortais para a
inanição.
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Ele foi deixado sem opção, exceto baterem em retirada para o céu com o restante enfraquecido para
contar a Deus que ele não tinha comida com a qual alimentar seus seguidores. Assim foi como
Ògún abandonou sua missão e retornou ao céu.
Em seguida Deus convidou a divindade da água (Olokún) para ir ao mundo estabelecer uma
moradia provisória. A ele também foram determinadas 200 pessoas para acompanhá-lo ao mundo.
Como Ògún, Olokún também partiu sem fazer as preparações adequadas para a viagem. Chegando
na terra, os seguidores da divindade da água também lhe perguntaram o que eles iriam comer e ele
lhes deu água para beber, a qual falhou no fornecimento de nutrientes. Como seus seguidores
estavam se tornando escassos devido à inanição, Olokún, como Ògún, retornou ao céu para
informar do fracasso de sua missão.
Deus convocou um número de outras divindades para esta incumbência, mas eles polidamente
declinaram em ir, já que eles duvidavam se teriam alguma chance de sucesso na missão a qual tinha
desafiado os esforços de seus irmão mais velhos; Ògún e Olokún. Determinado a instalar uma
habitação no mundo, Deus finalmente convidou Ọrúnm.lá (a sabedOría divina) a fazer uma
tentativa. Ọrúnm.lá imediatamente buscou conselho dos irmão celestes mais velhos que o
aconselharam a procurar a assistência de Èşu. Ele fez sacrifício para Èşu, que o recomendou ir ao
mundo com uma bagagem contendo amostra de todos os gêneros alimentícios, pássaros, répteis,
animais, etc., disponíveis no céu.
Ele coletou todos os itens em sua sacola de adivinhação chamada (Akpo-minijekun em Yorùbá e
Agbavoko em Bini) e pegou seus seguidores para levá-los com ele para o mundo. Esta misteriosa
sacola tinha características espetaculares. Fazer com que o que quer que fosse colocado nela se
tornasse mais leve, e produzir tudo o que dela fosse exigido.
Contudo Ọrúnm.lá cometeu um engano inicial, em não avisar seus colegas mais velhos, Ògún e
Olokún, que tinham feito anteriormente esforços em vão para se estabelecer no mundo. Como ele
partiu do céu para sua jornada, Èşu foi zombar de Ògún e Olokún, que Ọrúnm.lá havia buscado e
conseguido a liberação dele antes da partida para o mundo, e que ele estava indo para ter pleno
sucesso onde eles tinham falhado. Ele revelou-lhes que suas falhas formam seu castigo por não
terem buscado e não terem recrutado seu apoio antes de ir para a terra. Ele os fez se lembrar do
provérbio celeste de que “O cão segue apenas aqueles que o tratam com benevolência.”
Por inveja e raiva, Ògún criou uma espessa floresta para obstruir o caminho, ele tinha chegado antes
ao mundo.
Chegando naquele ponto Ọrúnm.lá e seus seguidores não puderam prosseguir, pois eles careciam de
instrumentos para limpar seu caminho através da floresta. Enquanto esperavam, o rato ofereceu-se
para traçar o caminho para a terra. Ele realmente traçou o caminho porém sendo um animal
pequenino, o caminho que ele limpou não era largo e forte o suficiente para proporcionar a
passagem adequada de uma figura humana.
Foi neste estágio que Ọrúnm.lá chamou Ògún para ajudá-lo. Ògún compareceu e repreendeu
Ọrúnm.lá por não tê-lo comunicado antes de partir para o mundo. Ọrúnm.lá imediatamente se
desculpou com Ògún e explicou que longe dele ignorá-lo, ele tinha na realidade pedido a Èşù para
informá-lo de sua iminente jornada para a terra. Quando Ògún relembrou que Èşu realmente viera
avisá-lo, ele se calou e concordou em limpar a rota que ele havia bloqueado. Todavia ele informou
Ọrúnm.lá que já na terra, ele alimentaria seus seguidores com a mesma comida (lascas) com que ele
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(Ògún) tinha alimentado seus seguidores durante sua breve permanência na terra. Deste modo a
floresta foi removida e Ọrúnm.lá continuou sua jornada com seus seguidores.
Antes de Ọrúnm.lá atingir o Erebus, a fronteira entre o céu e a terra, Olokum também criou um
obstáculo, um enorme rio para interceptar o caminho recém construído por Ògún para o mundo.
Quando ele e seus seguidores chegaram à margem do rio, não puderam prosseguir em sua viagem.
Depois de rondar durante algum tempo, Olokún surgiu e questionou Ọrúnm.lá por ter ousado partir
para o mundo sem tê-lo comunicado. Novamente Ọrúnm.lá se desculpou e explicou que ele tinha na
verdade, antes da partida, enviado Èşù para avisá-lo de seu propósito de viajar para a terra.
Relembrando que de fato Èşu o tinha informado, Olokún perdoou Ọrúnm.lá e secou
instantaneamente o rio para que Ọrúnm.lá e sua equipe prosseguissem para o mundo.
Contudo antes de partir Olokún recomendou a Ọrúnm.lá a fazer o que ele fez para alimentar seus
seguidores, com água, quando chegassem ao mundo.
Com essas prescrições Ọrúnm.lá entrou no mundo. O ponto no qual eles entraram era uma floresta
muito densa, então ele rapidamente convocou seus seguidores para construir habitações temporárias
para eles mesmos enquanto ele estava ocupado plantando produtos agrícolas que trouxe do céu.
De modo que estando sendo plantados, Èşu interveio e os fez desenvolver-se e produzir frutas no
mesmo dia do seu plantio. Na manhã seguinte os produtos agrícolas estavam todos prontos para
serem colhidos. Estes incluíam milho, um tipo de bananeira, inhames, coqueiros, etc, e uma
variedade de frutas. Os pássaros e animais que ele trouxe também se multiplicaram da noite para o
dia através das maquinações de Èşu e eles também estavam prontos para o abate ao amanhecer.
Pela manhã os seguidores de Ọrúnm.lá se reuniram para perguntar por sua comida, em respeito à
promessa feita a Ògún no céu, de alimentar seu povo como ele havia feito, Ọrúnm.lá deu lascas de
madeira para todos eles. Depois ele também respeitou a promessa feita a Olókun, dando lhes água
para beber.
Isto é muito simbólico, por que a partir daí a tradição foi estabelecida de que os seres humanos
iniciariam seus dias mascando lascas para limpar os dentes. Isto é seguido pelo uso da água para
enxaguar suas bocas.
Esta tradição sobreviveu até os dias de hoje se bem que com pequenas modificações, como o uso da
escova de dente e pastas com as quais ainda assim se aproximam da mastigação das lascas. Após a
escovação dos dentes a água ainda é usada para enxaguar a boca.
Após ter dado as lascas e a água para seus seguidores, eles ainda estavam perguntando por sua
comida. Ele lhes informou para irem à fazenda que tinha então florescido e colher os gêneros
alimentícios para comerem. Eles tiveram um dia no campo e começaram a comer todo tipo de
alimento para alegrar seus corações. Os animais e pássaros também estavam disponíveis em
abundância para proporcionar carne para todos eles. Dali em diante eles permaneceram alegremente
na terra como seus primeiros habitantes.
Mais tarde Ọrúnm.lá viajou para o céu para informar seu sucesso a Deus, e todas as outras
divindades começaram a ir para o mundo uma após a outra com suas comitivas de seguidores.
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Nós poderemos ver nos próximos capítulos e volumes , que os feitos de Ọrúnm.lá evocaram a
inimizade para ele das outras divindades. Isto é a interminável inveja no mundo de hoje entre os
ativos e os vagabundos, excelência e indolência, sucesso e fracasso e todas as outras forças
positivas e negativas, que afetam as vidas dos seres humanos.
Isto explica porque aqueles que se esforçam em ter sucesso se expõem ao descontentamento
daqueles que tentam e falham ou aqueles que se recusam a tentar tudo. É importante relembrar
neste estágio , que tudo que nós fazemos que nos beneficia na vida é em função do roteiro divino,
acompanhado ao mundo por seu ancestral Oríginal que estabeleceu uma habitação humana na terra.
Os adeptos de Ifá são hoje descendentes do primeiro conjunto de seres humanos que seguiram
Ọrúnm.lá ao mundo. O mesmo é verdade de Ògún e seus seguidores, Şàngó e seus seguidores,
Olokún e seus adeptos, Sankpana e seus fiéis, etc., etc.
Nesse ínterim, Ọrúnm.lá foi ao céu para informar do sucesso de seus esforços ao Pai Todo
Poderoso. Chegando, Ọrúnm.lá reportou o sucesso de sua primeira missão a Deus e finalmente ao
Conselho de Divindades. As novidades do seu sucesso forma recebidas com murmúrios de inveja e
marcou o início do encerramento da afinidade que existiu entre as divindades. Neste ponto, se
demonstra que ao contrário do que se tem acreditado Èşu não é o culpado por todo o azar, porque
ele é apenas a personificação do mal, e não o mal em si.
Nós poderemos ver mais tarde que apesar de não ter o poder de criação, ele tem habilidade para
mutilar qualquer coisa e qualquer um que foi criado, o que é esperado, pois Deus se apresenta para
neutralizar as forças das trevas as quais Èşu representa. Assim Èşu garante que longe de serem
eliminadas, as forças do mal continuam prosperando.
Este combate tem continuado para expressar por si mesmo a preponderância do mal sobre o bem na
terra, até o presente momento pelo menos. Nós veremos mais sobre estes argumentos quando
formos analisar a influência de Èşu no firmamento.
Na cabeça de muitas divindades perversas, é a Divindade da Morte quem é responsável pela morte
de todos os seres vivos criado por Deus. Na verdade nós veremos que ele é a única divindade que se
alimenta diretamente dos seres humanos; a qual era a mais contente entre todas as divindades
quando o homem foi criado por Deus. Ele exclamou na criação do homem, “Finalmente Deus criou
um alimento básico (apetecível) para mim!”
Ele apanha suas vítimas por meio das quatro divindades mais agressivas. O primeiro deles é Ògún,
que é responsável por toda destruição que resulta da luta, fogo, guerras e acidentes. Ele dizima por
grandes quantidades. Há Şàngó, que também destrói apesar de fazê-lo só quando suas vítimas
infringiram leis naturais. Há Sankpana que destrói indiscriminadamente através das epidemias e
doenças divinas; a qual é a esposa da morte e quem destrói pela eutanásia. Também há a Noite
Divina, que destrói seres inocentes pela multidão. Todas estas divindades são criadas por Deus e
tem seu poder dado por Ele. Nós veremos que a mais poderosa de todas as divindades criadas por
Deus é o Infortúnio ou Obstáculo. Ele é a divindade mais chegada a Deus, por ser o responsável
pelo Palácio Divino.
Muitas destas divindades assumiram imediatamente uma postura agressiva no momento em que
souberam que Ọrúnm.lá tinha roubado a cena deles. Eles imediatamente votaram em ir e destruir o
mundo estabelecido por Ọrúnm.lá.
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De sua parte, ele rapidamente convocou Èşu para auxiliá-lo, o qual disse para não se preocupar. Èşu
garantiu a Ọrúnm.lá que as divindades belicosas destruiriam a si mesmas antes de destruir o mundo
criado por ele. Ọrúnm.lá também foi à divindade Obstáculo/Elenini e banqueteou-o elaboradamente
para angariar o seu suporte e cooperação. Enquanto isso, todas essas divindades começaram a fazer
planos para sua viagem a terra.
OYEKU MEJI nos revelará mais tarde como todos eles partiram para o mundo e como se levou três
anos para lá chegar.
Ọrúnm.lá tinha sido avisado pela divinação para se certificar, que era por fim autOrízado a viajar
para a terra. Ele também foi advertido que haveria uma chuva torrencial na terra que duraria mil
dias e noites. Ele desafiou a chuva e não procurou nenhum abrigo antes de chegar ao seu destino.
Uma após a outra, as divindades partiram para a terra, chegando na fronteira, descobriram que
teriam que atravessar o último rio no céu com uma minúscula ponte de corda, a qual só poderia
acomodar um passante de cada vez. Levaram bastante tempo para atravessar o caminho possível do
rio. Chegando ao Erebus, região de trevas contínuas, descobriram que estava chovendo e todos
começaram a procurar abrigo aonde pudessem permanecer. Todos seus planos para destruição do
mundo tinham-se evaporado no ar rarefeito, como resultado das dificuldades que eles encontraram
no caminho tramadas por Èşu . Entre as divindades amigáveis que estavam no caminho de
Ọrúnm.lá, estava Ule (casa) e Ìgèdè (feitiçaria/encantamento). Ule, que não faz movimento pediu a
Ọrúnm.lá para carregá-la em sua bolsa divinatória. Ìgèdè, que não tinha membros informou a
Ọrúnm.lá que a batalha que o esperava na terra seria muito árdua, portanto ele o advertiu para leválo
engolindo-o, auxiliando o então em tudo aquilo que ele disse que Ọrúnm.lá viria a passar.
Ọrúnm.lá atendeu os dois pedidos.
De modo que avisado, ele esperava por tudo das divindades agressivas que partiram para a terra
antes que ele fosse. Quando ele chegou na margem do rio, encontrou somente uma divindade
esquerda (Òsi).
Era a Rainha da Feitiçaria/Bruxaria (chamada Iyami Osoronga em Yorùbá e Iyenigheekpe em Bini).
Ela também estava fraca para atravessar a ponte. Ela tinha implorado a todas as outras divindades
para ajudá-la a atravessar a ponte, mas todos eles recusaram, porque tradicionalmente tinham medo
dela.
Quando ela viu Ọrúnm.lá vindo, ela lhe implorou para ajudá-la, mas ele lhe respondeu dizendo que
a ponte podia apenas com um único ocupante por vez. Então ela propôs que Ọrúnm.lá abrisse sua
boca para ela voar para dentro, prometendo sair no final da aponte. Com o que Ọrúnm.lá foi
obrigado a aceitar. Ele tinha ignorado o fato de que ela era a única divindade que jurou destruí-lo na
terra. Na cabeceira da ponte, Ọrúnm.lá disse-lhe para sair, mas ela se recusou com base em que seu
estômago era o domicílio ideal para ela. Ele blefou que ela passaria fome dentro do seu estômago,
mas ela cancelou o blefe, tomando um pedaço de seu intestino e dizendo-lhe que toda sua comida
básica era abundante dentro dele. (Coração, fígado, intestinos, etc)
Percebendo o risco em tinha se envolvido, ele rapidamente usou seu instrumento de divinação para
buscar a solução. Ele tirou uma cabra de sua sacola, sacrificou e a cozinhou. Estando o cozido
preparado, ele a convidou para vir para fora para comer, mas ela disse que ela só poderia comer em
particular. Ele então conseguiu uma roupa branca e fez uma barraca improvisada com ela. Ela então
saiu e se escondeu dentro da tenda e comeu a carne de cabra.
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Enquanto ela estava apreciando a sua refeição, Ọrúnm.lá desapareceu na escuridão do Erebus,
enfrentando a chuva e sem olhar para trás, e continuou sua jornada sem parar. Ele encontrou as
outras divindades buscando abrigo em um ponto ou outro na beira da estrada.
Em conformidade com o aviso que ele tinha recebido no céu, ele continuou na sua jornada abaixo
de chuva, até que ele alcançou seu destino.
Ele foi recebido alegremente pelos seus seguidores que estavam começando a se perguntar por que
ele tinha demorado tanto na volta.
Chegando em casa, ele pediu a Ìgèdè e Ule para descerem. Ule desceu mas morreu
instantaneamente, enquanto Ìgèdè lhe disse que ele seria mais eficaz dentro do seu estômago. Isto
mostra porque é a única divindade com capacidade de conjurar com palavras faladas.
Ele pediu a seus seguidores para prepararem uma sepultura adequada para Ule. Como ele foi
colocado de lado esperando o funeral, o acontecimento mais maravilhoso desde o estabelecimento
do mundo, ocorreu.
Linhas de casas repentinamente começaram a saltar sobre toda a colônia, parecidas com os tipos de
casa que eles tinham no céu. Era o início da formação arquitetônica do mundo. No lugar das
cabanas construídas antes pelos seguidores de Ọrúnm.lá, edifícios palacianos começaram a surgir
em toda a volta.
A VINDA DAS OUTRAS DIVINDADES
Aqueles que acharam abrigo da chuva, se alojaram permanentemente em todo tipo de lugar sujo,
durante toda a duração da chuva. Na hora em que a chuva se acalmou, eles já tinham se acostumado
com suas acomodações improvisadas e não viam motivo para saírem delas. Este é o motivo pelo
qual, divindades como Ògún, Şàngó, Olokún, Ovia, Ake, Sankpana, Uwen, Ora, Leron, etc,..., têm
seus altares feitos fora de casa a partir deste dia.
Ọrúnm.lá sendo o único que veio direto para sua casa, desafiando a chuva, é a única divindade
(exceto Oríşa N’La, que veio depois), a ser estabelecido e servido em casa.
Relembrando que as divindades agressivas que vieram para o mundo com Ọrúnm.lá, o fizeram
portando com a única determinação, vir e destruir o mundo construído por ele.
Infelizmente eles estavam despreparados para a viajem, porque não tiveram a autOrízação formal de
Deus antes de partirem do céu. Na chegada ao mundo, logo descobriram que sem esta autOrízação
eles não poderiam realizar os seus intento. Então se reuniram e decidiram retornar ao céu para obter
a autOrízação adequada de Deus.
Guiados por Ògún, o mais velho deles, partiram para o céu. Chegando ao Palácio de Deus, eles
pediram a AutOrídade Divina (AŞẸ), com a qual se faz e desfaz. Já que Deus não recusa nenhum
pedido, Ele lhes deu, e cada um deles cedeu seu próprio AŞẸ para Ògún mantê-los sob custódia.
Qualquer um que quisesse fazer uso do seu próprio AŞẸ ia a Ògún para recobrá-lo e devolvê-lo
depois de feito uso.
Com este instrumento de autOrídade, eles começaram a criar toda sorte de problemas para
Ọrúnm.lá e seus seguidores, que por sua vez começaram a fazer todos os tipos de sacrifício para
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defender a si mesmos contra os maus desígnios das divindades agressivas. Quando chegou no ponto
em que Ọrúnm.lá e seus seguidores tinham usado todo seu dinheiro para fazer sacrifícios para
dissipar as armações maléficas das demais divindades, ele resolveu perguntar ao seu “guardião” o
que fazer a esse respeito.
Ele foi avisado a preparar um novo encantamento especial, referido como Gbetugbetu em Yorùbá,
ou Ataighimua em Bini. Depois de prepará-lo, ele o utilizou em visita a Ògún e pediu-lhe para
entregar todos os AŞẸ que ele tinha sob sua custódia. Com este encantamento é possível invocar
qualquer um conduzindo-o como ordenar o usuário. Por esta razão Ọrúnm.lá preparou o
encantamento conforme o combinado e fez visita a Ògún. Chegando na casa de Ògún, Ọrúnm.lá
disse-lhe que ele veio para levar todos os AŞẸ com ele. Sem nenhuma hesitação qualquer que seja,
Ògún foi até seu tesouro e o trouxe todo para fora e o entregou para Ọrúnm.lá. Com o AŞẸ em suas
mãos Ọrúnm.lá foi para casa e chegando engoliu a todos os AŞẸ.
Cinco dias depois, Ògún quis usar seu próprio AŞẸ e foi ao seu tesouro buscá-lo. Para seu espanto
descobriu que não apenas não localizava o seu próprio AŞẸ, como também todos os pertencentes as
demais divindades tinham desaparecido.
Ele tentou relembrar quem o visitou durante os cinco dias, mas já que sua memória havia lhe
falhado, ele decidiu checar com as divindades. Ele foi primeiro a casa de Ọrúnm.lá perguntar se ele
foi até sua casa coletar o seu AŞẸ. Ọrúnm.lá negou tê-lo visitado alguma vez, e tê-lo deixado em
paz para capturar os AŞẸ dele. Com o AŞẸ divino desaparecido, Ọrúnm.lá e seus seguidores
tiveram uma trégua e começaram a levar a vida alegremente e em paz.
O MUNDO SE ESTABELECE
Assim que bases firmes foram estabelecidas para a habitação permanente na terra, mais habitantes
do céu começaram a fazer visitas freqüentes. Aqueles que tornaram o céu um lugar inabitável
fugiram para o mundo. Outros saíram por curiosidade. A grande maiOría daqueles que seguiram as
divindades ao mundo eram seus seguidores no céu.
Este livro estará se restringindo apenas aos familiares de Ọrúnm.lá e àqueles que o seguiram ao
mundo.
Inicialmente, foi possível por muito tempo caminhar a pé do céu para este mundo e voltar.
Foi um pedido feito pelo gênero feminino a Èşu que acabou com a passagem física entre o céu e a
terra. Anteriormente, era possível deixar o céu e chegar ao mundo ainda com as límpidas
lembranças de tudo aquilo que se desejasse, a fim de poder realizar na terra. Foi Èşu e Elenini quem
bloquearam a memória durante a passagem. Quando as divindades partiram do céu uma após a
outra, eles abandonaram os seus seguidores e descendentes em uma vida sem rumo na terra.
Nós já vimos o conflito que caracterizou a co-habitação terrestre das divindades. À medida que elas
retornaram para o céu, uma após a outra, os conflitos se tornaram ainda mais ferozes entre os leigos
mortais. O que esclarece os combates, guerras, traições, tumultos e destruição mútua que continua
com vida entre os habitantes da terra até os dias de hoje. Foi assim desde o início e assim
permanecerá até o fim dos tempos. A culpa não é totalmente dos homens, é o reflexo do conflito
interminável entre o bem e o mal.
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CAPÍTULO V
COMO O HOMEM VEIO DO CÉU PARA A TERRA
Há sempre a tendência de ver o homem absolutamente de uma perspectiva biológica. Um homem e
uma mulher unem-se e uma criança nasce deles, a criança nova é vista como uma identidade
independente. Nós já vimos que no início da colonização terrestre, seres humanos viajavam para
este mundo sob as ordens de uma ou outra das divindades.
Nós veremos nos próximos capítulos que a permanência de um homem no mundo é simplesmente
uma continuação de suas atividades no céu. Nós já vimos que antes do homem vir viver no mundo,
os habitantes do céu viajaram a pé para a terra, completavam suas tarefas na terra e retornavam para
o céu. Foi Èşù quem bloqueou a livre passagem entre o céu e a terra e fez do útero feminino o
caminho de passagem entre os dois lugares.
Então antes, a pélvis em todos os animais como nas plantas era na cabeça, mais especificamente na
testa e também não era reconhecida e nem respeitada, tanto nos animais como nos seres humanos. A
pélvis, que era um organismo vivo no céu, foi para a divinação e lhe foi dito para fazer sacrifício
com um bode preto para Èşu e assim foi feito. Depois disso Èşu pediu a fêmea para abrir suas
pernas e tirou a pélvis para fora de sua testa e a posicionou entre as pernas dela. Ele então extraiu
uma parte do couro do corpo do bode com o qual a pélvis havia lhe feito o sacrifício, e Èşu usou o
para revestir a pélvis completamente no seu novo domicílio entre as pernas femininas. Depois disso
Èşù foi até a fronteira entre o céu e a terra e a bloqueou para sempre com uma escuridão total.
Aquela parte do sistema planetário a qual se aproxima na mitologia grega do chamado Erebus. Foi
Èşu quem bloqueou permanentemente e ordenou que fossem guardados os portões do céu,
permanentemente ocupado por viajantes vindos da terra para pedir por crianças no céu, a partir daí,
qualquer um, animais e seres humanos igualmente que queriam ter crianças apelariam à pélvis; e o
útero de todas as fêmeas foi feito para simbolizar a escuridão e o mistério da passagem pelo Erebus.
O período de gestação que leva para uma fêmea dar a luz a um jovem, também se aproxima do
tempo levado pelas diferentes espécies de famílias animais para viajar do céu, do tempo que uma
criança leva.
Nós veremos como a atração mútua entre os órgãos reprodutores de macho e fêmea veio a
caracterizar a base de toda a existência. Nós também descobriremos nos próximos capítulos como o
pênis e a pélvis por um lado e o óvulo e o espermatozóide no outro, fizeram o sacrifício para tornar
possível a eles cooperaram para dar a luz a uma criança do céu.
Antes de vir para o mundo, todos os seres humanos fazem seus próprios pedidos e
comprometimento no Palácio Divino de Deus. Alguns preferem fazer visitas breves ao mundo e
retornar ao céu tão rapidamente quanto eles vieram. Outros preferem retornar na fase inicial da
vida, meia idade, enquanto outros preferiam retornar na idade madura. Quando nós fazemos nossos
pedidos no altar divino no Palácio de Deus, o servo favOríto de Deus, chamado Infortúnio, a mais
poderosa das divindades, é a única presente. Os Yorùbá chamam-no Elenini enquanto os Bini o
chamam de Ido-Boo. Esta é a única força capaz de ser obstáculo à realização do nosso destino na
terra, por que ele está presente quando nós fazemos nossos votos de vida. Aqueles que são
cuidadosos o suficiente em pagar homenagem a ele antes de partida do céu recebem uma licença
para ir ter com seus negócios na terra sem problemas ou obstáculo.
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A INFLUÊNCIA DO OBSTÁCULO DIVINO NO NOSSO DESTINO
IwOrígogbe, um dos Odu mais velhos (discípulo) de Ọrúnm.lá, revelará mais tarde a influência em
nossas vidas da divindade chamada Infortúnio. Elenini (Ido-Boo) é o guarda da Câmara interna do
Palácio divino de Deus, aonde todos vamos nos ajoelhar para fazer os pedidos e juramentos para a
nossa permanência no mundo. Uma vez tendo completado as providências para nossa partida,
seremos conduzidos por nossos “anjos guardiões” à câmara interna, aonde fazemos nossos próprios
desejos. Deus não nos conta o que vai ou não vai acontecer conosco ou nos dar algum desígnio
especial. Tudo aquilo que vemos, desejamos fazer ou transformar, Ele simplesmente abençoa
dizendo: “- Que assim seja minha criança!”
Quando IwOrígogbe estava indo para a terra, ele fez um pedido, que queria modificar a face da
terra, eliminando todo mal e elementos viciosos. Para ser capaz de executar sua tarefa, ele solicitou
de Deus um poder especial sobre a vida e a morte. Deus respondeu que seu pedido estava
concedido.
Envolvido pelo poder concedido a ele por Deus, partiu rapidamente em sua jornada para a terra. Seu
anjo guardião o relembrou da necessidade de assegurar seus pedidos com Elenini a mais poderosa
divindade, mas ele disse ao seu anjo que não havia força maior que Deus e desde que ele tinha
obtido autOrízação divina, não via porque se justificar com alguma divindade inferior. Assim que
deixou o palácio divino, Elenini inverteu os desejos de IwOríbogbe. Na chegada a terra, ele
descobriu que ao contrário de seus pedidos, estava se encontrando por acaso em dificuldades. Veio a
saber que tudo aquilo que ele pediu estava acontecendo sempre ao contrário. Quando ele rezava
para pessoas viverem, eles morriam, enquanto aqueles que ele desejava mortos, viviam.
Ele se tornou muito amargurado e desiludido, por que ninguém se atrevia a ir até ele para consultar
o oráculo, ou pedir auxílio, desde aquilo que havia feito, pagava muito caro por isso. Após passar
fome dentro de sua frustração por algum tempo, ele decidiu retornar ao céu.
Chegando ao céu, ele foi ao seu anjo que o relembrou do aviso dado a ele antes da partida do céu.
Foi neste ponto que ele concordou em ir ao oráculo, aonde foi informado a fazer sacrifícios
elaborados para Elenini, a mais velha das divindades. Ele fez o sacrifício e retornou
subseqüentemente para a terra para uma vida produtiva e realizada.
A FUNÇÃO DO ANJO GUARDIÃO
O principal arquiteto do nosso destino, tanto no céu como na terra é o nosso anjo guardião. Ele nos
informa o que fazer antes da vinda do céu para o mundo. Alguém que segue a direção e as
instruções de seu anjo guardião nunca se perde. Os Yorùbá o chamam Eleeda e os Bini o chamam
Ehi. Aqueles que são meticulosos o bastante para ir ao oráculo no céu antes de vir para o mundo, e
fazer tudo aquilo que lhes for avisado no jogo para fazer, agüenta melhor até mesmo mudanças de
uma permanência tranqüila e razoável na terra.
Aqueles que se recusam a acatar as prescrições ou então fazem apenas metade, encontram todo tipo
de problemas em ambas as jornadas, na vida e no mundo. Todas as criaturas animadas por Deus tem
seu anjo guardião individual. Tanto as divindades inferiores e humanos igualmente são
conhecedoras de ter seus guardiões. Esses guardiões moram no céu e guardam vigia sobre nossas
atividades na terra. Acredita-se na mitologia que a sombra de uma pessoa é a imagem do seu
guardião. Nos seguindo aonde quer que nós vamos. Ocasionalmente quando nós estamos
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adormecidos, sonhamos com um evento por vir e algumas pessoas atualmente estão percebendo
estes eventos. Estes livros estão repletos de passagens nas quais o guardião de várias pessoas lhes
aparece em sonhos para guiá-los em suas atividades na terra. Isto acontece na maiOría dos casos
quando um indivíduo está se desviando do caminho do seu destino e ele não é dado a ir consultar o
oráculo.
É em tais circunstâncias que o anjo recorre ao uso dos sonhos ou avisos através de amigos íntimos e
parentes, para nos advertir sobre eventos prestes a acontecer. Quando o anjo descobre que seu
pupilo não acredita em sonhos, sempre pode falar com ele através de outras divindades. Há muitos
exemplos em que um vidente estranho chega para uma pessoa ao longo da jornada em seu local de
trabalho ou em sua casa para alertá-lo de perigos prestes a acontecerem e o que ele pode fazer para
desviá-los.
Assim todos os exemplos são arquitetados por nossos anjos. Para aqueles que acreditam no oráculo
e em sacrifícios, são freqüentemente avisados a fazer sacrifícios por meio de seus anjos.
Nós iremos descobrir através destes livros quais materiais para tais sacrifícios são usados pelos
anjos para receber Oríentação do Alto poder para ter suporte na realização dos vários objetivos de
nossas vidas.
O papel mais importante do guardião é usar o sacrifício feito por seu tutelado no céu para
homenagear todas as divindades com provável desempenho de função em suas atividades diárias na
terra. Aqueles que falham em fazer tais sacrifícios no céu, são os que se tornam pobres na terra. Os
sacrifícios são feitos através de nossos anjos antes de partir do céu, e aproximando-se a semeadura ,
nós semeamos, fato que, como a noite segue o dia, produz o benefício o qual nós colheremos depois
no mundo.
É uma paródia da justiça divina, louvar uma vida de perpétua privação e penúria, levando isso como
integridade moral. Pobreza não é sinônimo de virtude, por que a ninguém é dada à opção de
escolher entre opulência e penúria.
A verdade simples é que ninguém colhe aquilo que não plantou, ninguém vai pegar seu pacote de
pagamento donde ele não tenha trabalhado. Ninguém vai tirar dinheiro de um banco no qual ele não
tenha depositado ou tenha crédito.
Ninguém espera colher dividendos de uma companhia na qual ele não tenha investido. E ninguém
espera obter um certificado ou diploma de um curso ou estudo que ele não tenha realizado com
sucesso. Da mesma maneira, ninguém espera ter uma vida boa na terra, se não fez o sacrifício antes
de sua vinda do céu.
A FORÇA DO DESTINO EM NOSSAS VIDAS
Como já foi indicado, a duração de nossa permanência na terra, o tipo de trabalho que fazemos, e o
grau de nosso sucesso ou fracasso na vida são todos funções de nossas próprias solicitações
destinadas. Nós veremos por exemplo os trabalhos de IwOríbogbe, que se uma pessoa escolhe pagar
uma visita rápida no mundo, não haveria virtualmente nada que se pudesse fazer para prolongar a
vida de tal pessoa na terra, exceto em raras circunstâncias, aonde seu guia divino pode modificar o
destino propenso. Esta classe de pessoas é que são chamadas IMERE em Yorùbá e Igbokhuan em
Bini, vêem para o mundo por umas poucas horas, dias, semanas, meses ou anos e morrem quando
chega à hora escolhida. Foi apenas Ọrúnm.lá que descobriu o segredo de como prolongar as vidas
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de tais pessoas na terra, que ocorre apenas se os pais da criança são capazes de descobrir pelo
oráculo com boa antecedência, que o nascimento da criança será Imere.
Por exemplo uma pessoa vem do céu com a determinação de se tornar um fazendeiro na terra.
Dependendo do tipo de liberação de poderes celestes que ele obteve, ele poderá gostar de
agricultura logo que ele se torne adulto no mundo e prosperar imensamente. Se por outro lado ele
falhou na obtenção da liberação dos poderes superiores no céu, ele pode se tornar um profissional
completamente diferente no qual ele nunca será capaz de encontrar o fim, tendo se desviado fora
das suas escolhas vocacionais ou profissionais. Um ponto significante para se ter em mente é que
ninguém alguma vez relembra suas frases no céu na partida para a terra.. Èşù usa o período de
espera no Erebus e o processo da infância para apagar (bloquear) toda memória do que nós somos
no céu e o que planejamos fazer na terra.
Ninguém veio alguma vez do céu, exceto os Imere, com pedidos ruins para si mesmos. Todo mundo
deseja ter sucesso naquilo que faz, mas seu sucesso depende principalmente na quantia de
autOrízação que recebeu das altas divindades antes da vinda para a terra. Algumas pessoas fogem
do céu sem obter a liberação de ninguém. Há pessoas que divagam por toda parte no mundo por
querer uma vida estável. Quase invariavelmente uma vida tranqüila esquiva-se deles em toda parte,
já que eles não fizeram programação para isso. Tais pessoas vem ao mundo para censurar e culpar
Deus, seu guardião ou suas cabeças e companheiros humanos, por suas falhas e infortúnios. Mas
eles tem que culpar unicamente a si mesmos.
È como alguém partindo para uma nova fazenda sem estar à altura do trabalho e nem ter comida
para a jornada.
Na chegada ao mundo, um número de pessoas é afortunada tendo bons pais que vão a algum tipo de
oráculo ou outro tipo de sacerdote. Só os pais são capazes de descobrir a tempo o tipo de criança
que eles têm, eles podem iniciar suficientemente cedo a tarefa para o preparo dos pés da criança no
caminho certo do seu destino.
Um aspecto muito importante do destino de uma pessoa é a divindade dominante de sua vida.
Como indicado anteriormente, antepassados dos homens vieram a este mundo sob a liderança de
uma ou outra divindade. É a alguém que veio sob a Oríentação de Ọrúnm.lá que será requerido que
seja bem sucedido servindo Ọrúnm.lá no mundo. O mesmo é verdade para todas as demais
divindades como Ògún, Şàngó, Olokún, Ọya, etc.
Do mesmo modo, é a pessoa que veio sob a Oríentação de Orísa N’la (representação personificada
de Deus) que irá prosperar seguindo o caminho da religião moderna.
A tragédia da existência do homem é que quando um seguidor de uma divindade observa os
seguidores de outras divindades, felizes e contentes em sua própria facção, ele acredita que ele seria
igualmente bem sucedido, abandonando os serviços de sua própria divindade pelo serviço de outra.
Há pessoas que ou caem da frigideira para o fogo ou passam através da vida como se estivessem
envolvidos em uma busca sem fim por um porto seguro.
A advertência para tais pessoas é irem ao algum tipo de oráculo, eles têm a função e autOrízação
para descobrir suas divindades Oríentadoras. Tão logo isto seja desvendado uma proporção
considerável do tamanho de seus problemas terá sido resolvida.
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A POSIÇÃO DO ORÁCULO EM NOSSAS VIDAS
A consulta oracular (divinação) é definida como a faculdade da previsão. Vem da palavra em latim
“Divinatus, Divinare” – prever. A arte e a prática da previsão dos eventos futuros ou o
desconhecidos, por meio de oráculos ou ocultismos. Uma profecia, predição ou augúrio.
Divinação é a arte de possuir visão, perspicácia e percepção das sortes, infortúnios e futuro. Pode
ser feito algo pela oração de videntes cristãos ou através de um sacerdote de Ifá, ou algum outro
sacerdote de outra divindade, ou através de algum outro tipo de oráculo. Por Ògún, Şàngó, Olokún,
etc, sacerdotes que prevêem o futuro quando possuídos também são um divinador.
Com referência em particular a Divinação de Ifá, é feita numa das quatro maneiras pelo sacerdote
de Ifá.
Pode ser feira com um Obi de quatro partes, arremessado ao chão e interpretando a proclamação do
Ọdu surgido através das peças do Obi. O alcance do oráculo pelas quatro partes do Obi é limitado e
só sacerdotes de Ifá altamente experientes vêem e dizem muito sobre isto.
Divinação é feita muito freqüentemente com o Okpele, o qual é capaz de traduzir o alcance total do
oráculo de Ifá. Nós veremos mais tarde que há 256 Odus no corpo de Ifá. Alguns principais
chamados Olodus são em número de dezesseis. Os 240 restantes são chamados simplesmente
Ọdus. Todos eles contudo são tratados por seus nomes individuais.
Quando o Okpele é lançado ao chão, o sacerdote lê em voz alta o Ọdu que tem aparecido para
informar ao inquiridor.
Logo que o nome do Ọdu é sabido, o sacerdote traça imediatamente a trajetória daquele Odu
relevante para a questão perguntada.
Suponhamos que um homem se preparando para viajar do céu para a terra vá a um sacerdote de Ifá
no céu para consultar o oráculo e o sacerdote opte por usar o Okpele, Suponhamos ainda que depois
de lançado seu okpele, Ogbe-Oligun saia. O sacerdote de Ifá simplesmente irá relembrar o sacrifício
que Ogbe-Oligun fez antes da partida para a terra no começo dos tempos. Se por outro lado Ogbe-
Oligun apareceu numa divinação terrestre para um homem que quer fazer uma viagem, o sacerdote
de Ifá também se lembrará à experiência de Ogbe-Oligun numa situação similar quando ele estava
no mundo.
O Ọdu aparecendo por meio deste instrumento oracular é similar às estrelas as quais os astrólogos
lêem quando nasce uma pessoa. O sacerdote de Ifá tem um conhecimento razoável do que cada Ọdu
fez no céu e durante sua vida na terra. Se alguém por conseguinte vai ao oráculo e um Ọdu em
particular surge, o sacerdote só relembra o evento em particular na vida e o trabalho daquele Ọdu,
pertinente ao assunto em questão e informa ao consulente para fazer a mesma coisa que Ọrúnm.lá
fez em circunstâncias similares. Se ele recomenda sacrifício e é feito de acordo, o consulente
certamente obterá de certa forma o auxílio que Ọrúnm.lá teve na mesma situação.
A terceira forma de divinação é o Ikin ou (Iken em Bini). Este é constituído por 16 caroços de
palmeira transferidos entre as duas palmas das mãos. O sacerdote de Ifá pede ao consulente para
tocar sua cabeça com os 16 Ikin e o sacerdote começa embaralhando os Ikin entre as mãos.
Usando a palma esquerda como base para os Ikin, ele tenta removê-los todos com a mão direita. Se
por exemplo ele removê-los todos ficando dois Ikin na palma esquerda ele então marca uma linha
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no Ọpọn-Ifá (Bandeja de Ifá) com Iyerosun ou pó divinatório. Ele também marca duas linhas se
apenas um Ikin permanecer na mão esquerda.
Ele vai por meio deste processo fazendo oito vezes até preencher o Ọdu e fazê-lo aparecer na
bandeja. Este primeiro Ọdu que surge na bandeja, o qual fornecerá as informações que o sacerdote
irá interpretar depois.
Depois da marcação do primeiro Ọdu, vai buscar confirmação através do mesmo processo obtendo
o segundo Ọdu. Para completar o processo ele finalmente questiona se há algum obstáculo no
assunto do inquiridor. Se é revelado pela terceira marcação na bandeja que há obstáculos, o
sacerdote continuará a perguntar a causa e o tipo, antes constatando o que tem sido feito a esse
respeito pelo consulente. Os detalhes deste processo será explicado neste livro mais tarde.
A quarta e mais importante forma oracular é uma que tem seu lugar quando uma pessoa está
preparando seu próprio assentamento de Ọrúnm.lá ou quando ele é iniciado em Ifá. Que é quando
ele se encaminha para Ugbodu. O processo adquire a mesma forma anterior, mas neste momento o
primeiro Ọdu que sai no Ugbodu, se torna o nome do iniciado de Ọrúnm.lá. A vida histórica
daquele Ọdu é narrada ao iniciado e sua vida irá experimentar os mesmos problemas e expectativas
como aqueles do Ọdu.
AS ORÍGENS DOS PROBLEMAS VIVENCIADOS PELOS SERES HUMANOS NA TERRA
Se o guardião percebe que o número de inimigos que está determinado a destruir seu filho ou filha,
ou frustrar sua fortuna (sorte na vida) são muitos, ele aborda uma ou outra divindade para seguir seu
filho (a) ao mundo para protegê-lo (a) contra as maquinações de tais inimigos.
Chegando a terra, se uma pessoa é afortunada de encontrar por acaso o condutor divino
suficientemente cedo na vida, ele é capaz de levar uma vida confortável. Por outro lado à pessoa
perde seu caminho e opta por uma religião que lhe trará os braços compridos do seu Oríentador
divino, ele ou ela torna-se vítima de todas as dificuldades criadas pelos inimigos declarados (?).
Este é o porque de nossos antepassados conceberam a prática da cerimônia da nomeação como um
meio de desvendando as perspectivas e problemas que esperam pelo recém nascido, a fim de iniciar
cedo a remover os obstáculos de seu caminho.
Aqueles que têm vivido uma vida razoavelmente inofensiva no céu, talvez venham ao mundo sem
muitos problemas. Há pessoas que são vistas ter sucesso sem muitas dificuldades na vida. Tais
exemplos são contudo raros em nosso meio.
Normalmente nos tornamos adultos no mundo para descobrir a nós mesmos tendo dificuldades com
nossos pais, irmãos, irmãs, colegas, contemporâneos, associados, maridos, etc...,etc., sem conhecer
exatamente o porque .
Pessoas tomam antipatia por outras a primeira vista sem uma causa aparentemente visível. Ao
mesmo tempo justamente quando todas as esperanças parecem ter acabado, alguém aparece do azul
para oferecer socorro. Aqueles que entendem os segredos da vida não são freqüentemente
surpreendidos por esses acontecimentos, por que o plano foi feito com antecedência no céu.
Ninguém vem ao mundo com mau destino. Ao contrário da idéia tida comumente que Deus ordena,
seja qual for o destino que nos aconteça na terra, o Pai unicamente confirma tudo que nós
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desejamos para nós mesmos quando comparecemos no altar divino para fazermos nossos pedidos
pela permanência na terra.
É irreal imaginar que o todo misericordioso e amado Deus discriminará ordenando a alguns a se
tornarem bem sucedidos e outros a se tornarem falidos e frustrados na terra.
Todos vindo para a terra pedem por sucesso e prosperidade. Uma ilustração prática explicará este
fenômeno.
Como já demonstrado no capítulo do destino, nossa vida na terra é continuação de nossa vida no
céu. Como nós tivemos muitos inimigos e amigos no céu, assim nós os temos na terra. Portanto
quando uma pessoa vai ante o altar divino para fazer seus pedidos para sua jornada a terra, ele roga
por todas as coisas boas da vida. Quando ele completa suas preces, Deus o marca com seu cetro de
autOrídade e diz: “Que se faça para você.”
Quase imediatamente um maledicente vem à frente do altar de Deus no céu para dizer que logo que
a primeira pessoa inicie a subir a escada do sucesso ele (a) o arrastarão para baixo. Novamente Deus
avaliza com seu cetro os pedidos do inimigo do primeiro orador.
Logo o amigo da primeira pessoa vem pedir que todas as vezes que o inimigo sair para atingir o
primeiro pedinte, ele (a) o defenderão. Deus também confirmará os pedidos da terceira pessoa.
A corrente de pedidos continua desta maneira, sem que ninguém saiba se as pessoas anteriores são a
favor ou contra ele (a). Eles todos vão para o mundo, e podem nascer como crianças dos mesmos ou
de pais diferentes. Como eles se tornam adultos, podem se ver como irmãos, irmãs, amigos, colegas
de escola, colegas de trabalho, membros de um mesmo clube, namorados, maridos, esposas ou
então entre esposas do mesmo marido.
Efosa estava tendo muitos problemas no céu, e ele concluiu após sua viajem retornando da terra que
era um lugar interessante para viver. Ele decidiu por fim aos seus problemas no céu, viajando para a
terra.
Ele foi antes ao Divino Palácio e fez vários pedidos por prosperidade e longevidade na terra. O Pai
Todo Poderoso abençoou seus pedidos e ele estava convencido de que aquilo era tudo que ele
precisava.
Logo que Odioma ficou sabendo que Efosa estava partindo para o mundo, ele também jurou seguílo
para acertar suas contas com ele. Foi antes ao Altar Divino para pedir por sucesso na sua
empreitada de fazer Efosa quitar seu débito de 30k na terra. Madame Akuarosa que afiançou Efosa
em sua dívida com Odioma, também veio ao Divino Altar para pedir que ela também viria ao
mundo para auxiliar Efosa a cumprir sua tarefa de quitar o débito. Os pedidos dela também
receberam as bênçãos divinas.
O guardião celeste de Efosa, sendo um anjo que opera no espírito, sabia o que Odioma e Akuarosa
tinham reservado para seu tutelado na terra, o guardião de Efosa avisou-o para não deixar o céu sem
pagar seu débito. Ele respondeu que se ele tivesse dinheiro suficiente, não estaria indo para a terra.
Sem fazer sacrifício de espécie alguma, Efosa partiu para a terra.
No entanto seu guardião foi a Ògún e apelou a ele para conduzir Efosa no mundo. Ògún aceitou.
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Efosa nasceu posteriormente na terra numa família polígama. Ele era o quarto filho da esposa mais
velha da família (primeira esposa). A irmã do pai de Efosa também dera a luz a Odioma, enquanto a
colega da mãe de Efosa deu a luz a Akuarosa. Assim as crianças cresceram, viviam na mesma
localidade, mas eles estavam sempre discutindo entre eles.
Um dia, Efosa estava retornando dos campos de seu pai, quando viu uma armadilha colocada por
Odioma, a qual tinha pego um Grass-cutter (cortador de grama??). Ele o libertou e levou para casa
como se tivesse sido pego em sua própria armadilha.
Chegando em casa ele convenceu sua irmã Akuarosa a vender o Grass-cutter para ele no mercado.
Ele foi vendido por 30K. Neste meio tempo Odioma foi aos campos e viu todos os indícios que sua
armadilha tinha sido mexida. Em um exame detalhado ele descobriu todos os sinais de que sua
armadilha tinha pego um Grass-cutter, porque todos as farpas dos pelos do animal ainda estavam no
chão. Ele não estava ciente de que Efosa tinha levado um Grass-cutter para casa. Quando Odioma
chegou em casa, contou sua apreensão a sua mãe, que sabia que Akuarosa tinha levado um Grasscutter
ao mercado para vender no dia anterior. A mulher fez uma visita à casa de Efosa e questionou
Akuarosa sobre a Orígem do animal que ela vendera no mercado. Ela respondeu que pertencia a
Efosa. Chegando em casa a mulher contou a novidade a seu filho Odioma, que teve certeza de que
fora Efosa o culpado da remoção do Grass-cutter. No próximo confronto que houve entre os dois,
Efosa não teve opção senão confessar que removera o animal, mas que tencionava entregar o
dinheiro para Odioma. Este pediu seu dinheiro, mas Efosa disse que havia gasto. Aquele débito de
30K se arrastou, até que os mais velhos intervieram.
Logo Efosa adoeceu e morreu na seqüência. Akuarosa também ficou doente, justamente antes de ser
dada em casamento e ela também morreu.
Foi a vez da mãe de Efosa apelar a todas as divindades para destruir quem quer que fosse o
responsável pela morte do seu filho. Assim Odioma conseqüentemente adoeceu e também morreu.
A tripla tragédia provocou uma reunião dos mais velhos da localidade, que ordenaram que as mortes
deveriam ser investigadas. Um sacerdote foi convocado e a consulta ao oráculo revelou que todos
eles já tinham acertado a dívida que eles trouxeram do céu para a terra. Ele informou que a tragédia
só poderia ter sido revertida se os seus pais ao invés de recorrerem aos mais velhos da noite,
tivessem feito os sacrifícios necessários, os quais o trio tinha falhado em fazer antes da vinda no
céu.
CAPÍTULO VI
O RELACIONAMENTO DO HOMEM COM DEUS
Esta questão tem ocupado a atenção de pensadores através das eras. Alguns filósofos argumentam
que a relação entre Deus e o homem é como a relação entre um pai já falecido e seus sobreviventes.
Outros têm argumentado que Deus viveu uma vez, mas que morreu há muitos milênios atrás e que é
seu espírito que continua a Oríentar as questões do sistema planetário, da mesma maneira que
alguns acreditam que as almas dos ancestrais continuam a ditar as principais regras de algumas
questões.
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As revelações de Ọrúnm.lá confirmam que a existência de Deus não pode e nunca poderá ser objeto
de debate. A maneira pela qual ele tem ordenado o projeto do céu e de toda a terra e também a
justiça divina para aqueles que contrariam as leis naturais, são provas inquestionáveis para as regras
intervencionais de Deus em nossas vidas.
É minha visão que o conceito de uma personalização e personificar Deus, que está velando
constantemente os assuntos de todas as suas criaturas onde quer que elas possam estar, pode
conclusivamente ser defeituosa. A idéia de um Pai impiedosos que condena infratores para sempre
ao fogo eterno do inferno é simplesmente uma atrocidade e insustentável. Se um simples mortal não
pode ser impiedoso o bastante para condenar uma criança má aos lobos ou ao fogo abrasador, por
que deveria alguém pensar do Pai como sendo ainda pior que um humano cruel.
As punições para algumas contravenções as leis naturais são postas abaixo, elas não estão baseadas
na vontade de Deus. Portanto nós não esboçaremos para Deus uma figura de um disciplinador, que
se assenta a julgar tudo e todas as ofensas cometidas por suas criaturas. As sanções penais por
ofender as leis da natureza são retribuídas automaticamente. Elas são similares à aplicação das leis
terrestres.
A lei representa reforço cumprindo o ditado contra alguma ofensa independente de ser ele ou não
filho daqueles que fizeram a lei, que está acima de algumas circunstâncias normais. É desnecessário
dizer portanto que Deus não pode causar dano a espécie humana, é o modo que está decretado para
fazer, para aqueles que transgridem as leis naturais. Assim sendo, nenhum dano “feito por Deus” ao
homem deixa de ser um dano feito a ele mesmo, já que a humanidade é uma personificação do Seu
próprio ser.
Deus é o mesmo para tudo que existe, o que inclui ambas as criaturas orgânicas e inorgânicas. Nós
todos desempenhamos um papel ou outro para fazer o Corpo de Deus todo trabalhar com mais
eficiência. As forças do bem e do mal coexistem dentro de Sua composição fisiológica, assim como
eles existem dentro dos nossos corpos microscópicos.
A relação entre Deus e nós mesmos é análoga ao nosso relacionamento com os organismos vivos
que funcionam dentro dos nossos corpos. Para atuarmos e vivermos como seres humanos, nós
temos milhões de células agindo dentro dos nossos corpos, cada qual representando um papel
distinto.
Não há forma pela qual influenciarmos diretamente o caminho destas células a executarem suas
funções individuais, exceto por meio de nossa conduta geral. Por exemplo, quando alguém bate
uma de suas mãos na mesa para marcar um ponto, esse alguém causou dano a centenas ou milhares
de células vivas dentro de algum corpo e há células que talvez tenham estado suplicando dentro de
algum corpo por algum tipo de libertação.
Do mesmo jeito, qual emoção pode proporcionar para Deus matar centenas ou milhares de suas
criaturas, componentes da espécie humana, plantas e animais em um terremoto?
Fazê-lo não lhe dá prazer nem quando o mundo destrói a si mesmo nas guerras. Guerras são
conflitos intrafratricidas dentro do corpo de Deus, visto que os conflitos fazem parte do processo da
vida.
Nós não temos como antever os pedidos e aspirações dos organismos vivos dentro do nosso corpo,
exceto que suas condições refletem em nosso próprio visual e saúde. Se eles estão saudáveis e
sadios, fazem bem o seu trabalho e também se sentem saudáveis. Ao mesmo tempo, Deus está feliz
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quando as minúsculas células dentro de seu corpo, plantas, animais, água, fogo, sol e lua, homens e
mulheres estão todos executando suas funções satisfatOríamente e com alegria.
Ọrúnm.lá por outro lado revela que Deus uma vez teve existência física e que era freqüentemente
possível para auxiliares próximos, às divindades e seres vivos interagirem com ele, como nós
abertamente interagimos com nossos pais. Como o sistema planetário expandiu em tamanho e
população, a tarefa de dar ouvidos a todo mundo veio a ser embaraçosa, ao ponto que Ele decidiu
evaporar no ar fino. Contudo antes de fazê-lo deste modo, ele designou as 200 divindades para
assumirem a responsabilidade de julgar e intervir nos assuntos do céu e da terra.
Não é portanto um acidente da histOría que cada uma das variadas divindades tem seus próprios
seguidores e adeptos. Os adoradores de Ògún, Ọşun, Olokún, Oríşá N’La, Şàngó, Cristo, Buda,
Bruxaria, Judaísmo, Ọrúnm.lá, Asuppuru, etc, mas não têm justificativa para reivindicar
superiOrídade em sues meios de adoração acima dos outros, porque de acordo com a revelação de
Ọrúnm.lá, cada um destes ramos vai para diferentes partes do mundo para auxiliar as forças do bem
a predominarem sobre as forças do mal. O denominador comum entre todos eles é que aconselham
seus seguidores a não fazerem mal algum e não destruir seus companheiros, porque e contra as leis
naturais. Eles (as divindades também) todos estão sujeitos as leis naturais, que seus seguidores
então façam aos outros o que também desejam para si mesmos.
Aqueles que contrariam esta regra de ouro, levam a sua gratificação apropriada aqui mesmo na terra
Tendo em vista o que já nos foi mencionado, é claro que a relação entre Deus e os homens é
comparada ao Pai que envia suas crianças para fora de casa para seguirem diferentes vocações para
o progresso de toda a família.
O pai envia a cada uma de suas crianças o discernimento para determinarem como melhor
cumprirem suas tarefas. Ele está interessado apenas no resultado final dos esforços de suas crianças.
Deus nos criou com mãos, pés, inteligência e discernimento para possibilitar nos virarmos por nós
mesmos dentro das amplas regras do conjunto de ética chamado de Leis Naturais.
Deus não veda a ninguém fazer o bem ou o mal, porque está decretado nas leis naturais que assim
como a noite segue o dia, qualquer um que faz o bem terá boa chegada em seu caminho e aquele
que faz o mal sem dúvida colherá os frutos do mal.
Ọrúnm.lá revela que Deus apenas ri em duas circunstâncias, uma quando uma pessoa perversa que
tramou o mal contra o seu próximo, vai de joelhos implorar a Deus por um favor, Deus ri
imensamente. Por outro lado, quando pessoas estão tramando contra uma pessoa com um coração
limpo, e eles rezam a Deus para abençoar seus planos maléficos, Deus se ri deles.
Se você planta milho, você simplesmente pode esperar colher milho. Ninguém pode
justificavelmente esperar que a serpente dê a luz a uma ave. Isto é contra as leis divinas do universo.
Este é o motivo pelo que as divindades só podem dar ouvidos para a voz dos justos.
Aqueles que recorrem ao uso de remédios diabólicos para obter sucesso em suas intenções
maléficas, não angariaram o suporte das divindades.
Nem Deus e nem algum de seus servos cooperará com alguém que reza por ajuda para destruir ou
prejudicar seus amigos, companheiros ou vizinhos.
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Envolver-se em má conduta uns contra os outros companheiros na esperança que após isto
implorando dia e noite pode salvar alguém dos longos braços da justiça divina, é com certeza
colocar a eficácia da oração em dúvida.
Qualquer pessoa só pode desejar ter sucesso se também encorajar o sucesso alheio. Ninguém pode
obstruir constantemente a ação da justiça e esperar altos poderes para fazer justiça à causa de
alguém. Esta é a Lei Divina (do justo retorno).
Muitos mensageiros do céu têm através das eras tentado ensinar o mundo como servir a Deus.
Todos eles têm enfatizado, sem exceção, que o único caminho verdadeiro servo de Deus é fazendo o
bem para nossos amigos, companheiros, vizinhos e até mesmo inimigos.
Que favor pode esperar o homem de Deus, quando ele se recusa a usar seu carro para levar a esposa
do seu vizinho ao hospital quando ela entra em trabalho de parto? O homem que nega seu carro,
passará a uma vítima mOríbunda de um acidente sem nenhum auxílio para levá-lo ao hospital,
mesmo buscando a ajuda de Deus dezesseis vezes por dia, não virá a ele, por que ele não propagou
isto anteriormente. Se ele houvesse prestado auxílio a um necessitado em seu momento mais crítico,
Deus também poderia vir ajudá-lo através de alguma fonte quando ele estivesse em dificuldades.
Podem as orações trazer libertação ao homem que recusou ajudar um colega de trabalho com N2,00
para alimentar sua família, quando de fato ele tinha acima de N300,00 em seu armário de cozinha
naquele momento tão crítico? Não devemos orar pelo que não temos ganhado (pedir
indiscriminadamente). Nós apenas podemos angariar a benevolência das divindades, se não
hesitarmos em auxiliar aqueles que necessitaram de nós em momentos anteriores.
Aqui se encontra a similaridade entre a oração e o sacrifício. Para que a oração se manifeste deve
estar claro que o ofertante tenha sacrificado previamente seu esforço, hora ou dinheiro a ajudar ao
necessitado. Isto se aproxima estreitamente ao sacrifício físico feito freqüentemente às divindades
quando desejamos angariar sua ajuda.
Este é o motivo pelo qual Ọrúnm.lá recomenda a seus seguidores nunca recusar ajuda a amigos,
vizinhos ou companheiros necessitados. Veremos como as forças das trevas punem o homem que
ocultou o cervo, o qual matou no mato, parecer com um cadáver humano, simplesmente porque ele
não queria que nenhum dos membros de sua comunidade partilhasse dele. Ele perdeu duas de suas
crianças antes de ser capaz de relacionar casualmente a sua traição com a morte de suas crianças.
De fato Ọrúnm.lá avisa a seus seguidores para ter sempre comida em casa, de acordo com a
possibilidade, com o intuito de que visitantes famintos encontrem o que comer. Ele assegura que
qualquer um que se porte desta forma, nunca será rejeitado de forma que só irá consolidar sua
hospitalidade. Portando nos mantendo no bom caminho, e nos Oríentando para fazê-lo,
conseguiremos permanecer felizes como alguém que só é verdadeiramente feliz fazendo os outros
felizes. Há muitas pessoas ingratas no mundo, mas a vítima da ingratidão sempre vive muito mais
que o ingrato.
A estória de como Deus enviou Nene ir buscar caracóis (igbin) para sacrifício. Sem fazer
questionamento algum ela partiu para sua tarefa. Deus a chamou de volta para lhe entregar quatro
presentes para a jornada, uma noz de cola (obi), uma pimenta (ataare), um pedaço de giz (ẹfun), e
uma peça de pano branco. Ela sabia que naquela época os caracóis não estavam disponíveis no céu,
mas ela estava determinada a vasculhar toda a extensão e largura do céu e da terra para trazer os
caracóis.
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Depois de vagar no mato por algum tempo, Eşu a divindade do mal, se transfigurou em quatro tipos
diferentes para colocá-la a prova. Primeiro uma velha senhora apareceu para ela e implorava por giz
para fazer alguma coisa por sua filha que estava em trabalho de parto. Nene a favoreceu com o
pedaço de giz que Deus tinha lhe dado. A seguir um velho senhor apareceu para ela implorando por
um pedaço de pano branco para levar remédio para seu filho mais velho que estava sofrendo de
convulsões. Num gesto de genuíno interesse e simpatia, ela cedeu a única peça de pano que Deus
lhe havia dado. Não muito longe dali, uma mulher surgiu com uma criança chorando em suas
costas. A criança estava com fome. Assim que Nene ouviu o choro da criança, correu até a mãe para
saber o que estava acontecendo. A mãe explicou que tinha estado na floresta o dia todo sem
nenhuma comida para dar ao seu filho. Obi era principal alimento no céu. Nene então, deu o único
obi que tinha para a mulher, que ficou muito feliz.
Finalmente um caçador se juntou a ela para pedir por uma pimenta, a qual ela igualmente de boa
vontade repartiu. Com o que, ela tinha beneficiado com o os quatro presentes recebidos de Deus.
Assim que ela deu a pimenta ao caçador, ele se afastou um pouco e retornou para encontrá-la.
Ele lhe perguntou o que fazia na floresta. Quando ela explicou que fora enviada por Deus na busca
de caracóis. O caçador disse-lhe para esperar. Ele abriu a pimenta e lançou as sementes no mato.
Então ele disse a ela para entrar no mato na direção em que ele havia lançado as sementes da
pimenta. Ela foi ao mato e viu um número incontável de caracóis.
A de se notar que foi a única alternativa de Nene, dispor dos presentes para obter o que estava
procurando. Se ela tivesse se acomodado em casa ou se ajoelhado na floresta para rezar para os
caracóis virem até ela, teria falhado em sua missão. Pode se notar também que Deus não disse a ela
o que deveria fazer com os presentes que lhe deu.
Ela estava livre para usar seu próprio discernimento.
CAPÍTULO VII
O EFEITO DAS OFERENDAS SACRIFICAIS EM NOSSAS VIDAS
Nos dicionários usuais, a definição de “sacrifício” é oferenda de alguma coisa para uma divindade.
Um ato de abnegação em favor de outrem, privação de uma coisa muito apreciada, por cobiçar uma
coisa valiosa ou por um pedido de máxima urgência.
Assim diz Addison: “Se tu preservas minha vida, teu sacrifício poderá ser ...” Sejam quais forem os
desejos pessoais tidos no céu ou na terra, envolvem algum sacrifício ou entrega de alguma coisa. A
vida não transcorre apenas com lucros. Também envolve doação, por isso se diz que a vida é um
processo de doar e receber.
O sacrifício mais simples que alguém pode fazer por algo é o tempo. Sacrificar tempo e esforço,
seja na quantia que for, sempre é tido como válido, obviamente em simples comparação ao pedido,
pode envolver sacrifícios de vaidade humana e de independência. Quantas coisas alguém pode
ganhar de outrem sem implorar por isto, subornando ou fazendo alguma compensação ou
gratificação maior, tendo mesmo até que comprometer sua palavra em adiantamento.
Quando existe portanto a necessidade de realização de um desejo ou pedido de proteção de uma
divindade, um grande sacrifício é exigido. Não é suficiente merecer pedir por tais benefícios ou
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favores. Envolve obrigatOríamente sacrifício físico. Há sacrifícios envolvendo a oferta de objetos
animados ou inanimados.
Quando alguém solicita algum tipo de progresso ou de lucro, isto envolve alguma espécie de
investimento, assim como um fazendeiro que sacrifica parte de suas sementes para a plantação no
ano seguinte, a fim de colher uma safra no final do ano, ou então um negociante que investe suas
economias ou seus fundos de empréstimos em seus próprios negócios a fim de receber os
rendimentos que irão satisfazer as suas necessidades recorrentes.
Desta forma, se alguém se comporta bem na divinosfera, receberá deles o necessário, o que irá
facilitar no pedido de auxílio a outrem. Por isso, o último recurso na religião de Ifá é fazer um
sacrifício.
Ọrúnm.lá diz que sacrifício é resgate, quaisquer que sejam os problemas, pode se dispor de algum
tempo para solucioná-los ou para se dedicar a algo que venha a criar crédito, assim quando houver a
real necessidade de fazer um sacrifício de acordo com o oráculo e o fizer prontamente, haverá a
confiança de uma assistência.
Ọrúnm.lá revela que antes de alguém partir do céu para o mundo, ele aconselha a conseguir
autOrízação das divindades Oríentadoras. Se a pessoa aceitar o conselho dado para fazer o
sacrifício, certamente encontrará uma estadia tranqüila no mundo. Mas se ele se recusa, a menos
que faça o sacrifício depois de sua chegada ao mundo, ele estará propenso a ter problemas na terra.
Nós veremos nas vidas dos 256 Ọdus e Olodus, que virtualmente todos eles foram avisados a fazer
sacrifícios antes de deixarem o céu. Nós também veremos o que aconteceu com aqueles que fizeram
o que foi recomendado, assim como para aqueles que falharam em fazê-lo.
Todos esses sacrifícios envolvem a oferta de um ou mais bodes para Èşu, que pode ser muito útil
para aqueles que fazem oferendas para ele e trazer a destruição da sorte daqueles que se recusam a
fazê-lo. Esse é o motivo pelo qual algumas pessoas se referem a ele como a divindade do suborno,
porque ele não auxilia a ninguém gratuitamente.
A diferença fundamental entre Ọrúnm.lá e as outras divindades é que de certa forma na época em
que eles foram criados por Deus, ele foi o único que reconheceu os poderes destrutivos de Èşu e
concebeu uma estratégia para ter uma harmonia com ele. Esta estratégia foi o sacrifício, ele
compreendeu que Èşu estava interessado apenas em reconhecimento e comida. Èşu freqüentemente
diz a Ọrúnm.lá: “Meu amigo é aquele que me respeita e alimenta, enquanto que meus inimigos são
aqueles que desrespeitam e me fazem passar fome. Eu nem tenho uma fazenda ou um negócio
próprio. Minha fazenda é o universo e minhas mercadOrías são as criaturas de Deus.”
Veremos mais adiante que ele é capaz de se infiltrar e mutilar qualquer coisa criada por Deus. É por
este simples reconhecimento do poder dele e como ele tem feito uso disto para sua própria
vantagem, que Deus nomeou Ọrúnm.lá “Alguém que é sábio e sensato”.
Oyekumeji revelará adiante como a vida de um homem chamado Odo Agutan (o pastor celeste) ou
(JewÈsùn como Ifá o chama) teve uma vida curta na terra por conta de sua recusa em fazer as
oferendas a Èşu antes de sua partida para a terra. Depois dando lhe nova chance de mudar sua
opinião, por fim Èşu se infiltrou no seu rebanho e pôs fim a sua vida. Isto é a despeito do fato que
quando JewÈsùn foi diante de Deus para fazer seus pedidos para a estadia na terra, ele se
comprometeu em viver fisicamente no mundo por cem anos, e jurou que durante aquele período ele
estaria indo para liquidar qualquer vestígio do mal e da mão de Èşu da face da terra.
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Mesmo assim ele foi advertido em fazer sacrifício para Èşu, o qual ele recusou enfaticamente a
fazer, por que ele não podia imaginar a lógica de fazer um sacrifício para um vilão que ele estava
indo combater. O resto da estória é história e as forças do mal continuam a ter sucesso na face da
terra.
Estas afirmações não são suficientes para sentenciar Èşu como o “demônio”; que não faz o bem, ele
pode ser um dispersador de boas novas, dependendo da atitude de alguém para com ele.
Da mesma forma, na vinda para o mundo, ao homem é exigido fazer ainda mias sacrifícios para
tudo o quanto ele desejar ter. Veremos que nenhum problema na vida pode resistir à eficácia do
sacrifício fornecido e feito pontualmente, veremos também a vida das pessoas que após recusar
fazerem os sacrifícios iniciais, foram obrigadas a fazê-los em dobro quando se viram entre o
demônio e o profundo mar azul.
Há tendência de se pensar freqüentemente que um sacerdote de Ifá que recomenda sacrifício com
animais como cabritos, carneiros ou bodes, simplesmente quer uma desculpa para ter carne para
comer às custas de um consulente desamparado. Longe disto! Qualquer sacerdote que recomende
mais sacrifício do que é ordenado por qualquer motivo, pagará por ele dez vezes mais. Do mesmo
modo, Ọrúnm.lá igualmente recomenda aos seus sacerdotes a usar o seu próprio dinheiro para
financiar sacrifícios para consulentes demonstravelmente destituídos. Ele apregoa desta maneira
que os sacerdotes serão recompensados dez vezes. Veremos de Ofun-Ogbe, como Ọrúnm.lá usou
seus próprios materiais e dinheiro para fazer sacrifício para Oríşá N’La e como ele foi
conseqüentemente compensado duzentas vezes.
Existem dois sacrifícios principais os quais não podem ser negligenciados, são para Èşu e para
Ògún. O escritor tem visto pessoas a quem foi recomendado fazer sacrifício assim para Èşu , mas
recusaram e apenas poucos dias depois passaram por grandes dificuldades.
Um jovem foi avisado a dar um bode a Èşu a fim de evitar ser preso por um delito que ele não
cometeu. Ele não se recusou a fazê-lo, mas prometeu ao sacerdote de Ifá que faria quando recebesse
seu salário no final do mês. O sacerdote preveniu o jovem de que o perigo previsto no oráculo era
muito iminente para o sacrifício poder esperar. O jovem que também era um homem (Aladura), me
contou á parte, que sua igreja tinha visto a mesma coisa para ele, mas que ele tinha sido avisado
para oferecer um jejum e orações especiais.
O sacerdote de Ifá, um homem muito velho em seus 90 anos, contou lhe que se ele mesmo tivesse o
dinheiro, faria por ele, deste modo ele poderia indenizá-lo no final do mês. O escritor também se
ofereceu para ajudá-lo, mas como o homem orgulhoso cujo pedido é lei, preferiu esperar até receber
seu próprio salário.
Exatamente três dias depois, um batalhão de policiais armados invadiram a casa na qual o jovem
morava, na busca de um ladrão armado. Todo mundo sabia que o jovem não tinha histórico de
comportamento criminoso. Mas ele foi inadvertidamente arrastado pelos policiais e levado embora.
Ele ficou em detenção por 23 dias. Tão logo o escritor foi informado do incidente, ele viajou ao
Benin par informar a mãe da vítima sobre o sacrifício que ele tinha sido recomendado a fazer. O
escritor finalmente financiou e o sacrifício foi feito rapidamente. Três dias depois do sacrifício ter
sido feito, o jovem foi solto, após o verdadeiro culpado ter sido capturado. Uma mera coincidência
alguém poderia imaginar.
Há também o caso de outro homem que foi avisado pelo sacerdote de Ifá a oferecer um galo e um
cão a Ògún pelo oráculo, ele fez num sábado de manhã. Foi recomendado a ele não viajar a lugar
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nenhum antes de fazer o sacrifício. Ele deu dinheiro a sua esposa para comprar o material sacrificial
e foi visitar um amigo. Na casa deste amigo ele recebeu a notícia de que a mãe de seu amigo estava
seriamente doente em uma vila chamada Igousodin, mais ou menos a 16 km de Benin. Esquecendo
o aviso que tinha sido dado e antes de fazer o sacrifício, decidiu conduzir o seu amigo em seu
próprio veículo até a vila de sua mãe.
No caminho para a vila, ele encontrou um cortejo fúnebre, e ele dirigiu no meio da multidão,
matando dois dos oficiantes do funeral. Seu carro não foi apenas queimado, como foi linchado para
morrer. Estas lembranças são dolorosas, porque a vítima infeliz era um amigo querido.
De igual importância é o sacrifício para seu próprio guardião (Eleeda ou Ehi). O próprio guardião
de alguém é um pouco mais paciente e favorável. Entretanto todo sacrifício que alguém é
recomendado a fazer para ele deve ser feito até se implicar em empréstimo de dinheiro para fazê-lo.
O guardião não pede sacrifício a não ser que tenha um motivo para usar o sacrifício para satisfazer a
outra divindade cuja proteção não pode ser angariada facilmente. Quanto a não alimentar o anjo
guardião de alguém com os sacrifícios prescritos, equivale a sua própria inanição.
O guardião é o conselheiro de alguém e advogado na divinosfera.
CAPÍTULO VIII
O LUGAR DE ÈŞU NO SISTEMA PLANETÁRIO
Èşu é comumente mencionado como o mal. Nós fomos educados pelas outras religiões que ele era
um anjo de Deus que caiu em desgraça e como conseqüência foi expulso do paraíso. De modo mais
preciso, ele pode ser descrito como uma divindade mágica. Em geral é considerado como o chefe
das forças do mal na divinosfera, ainda que nela existam, além dele, outras divindades mortíferas.
O Rei da Morte destrói maciçamente; Ògún, Şàngó e Sapana não perdoam quando são ofendidos e
também destroem com crueldade, contudo eles são divindades agindo conforme sua própria
natureza e seus próprios direitos, e não como agentes de Èşu . A penalidade para quem os ofende é a
morte. Por outro lado, Èşu pode criar obstáculos no caminho de alguém, somente para dar a vítima à
oportunidade de reconhecê-lo; após o que ele pode transformar o infortúnio em boa sorte. Ele é um
trapaceiro, mas apenas para aqueles que o depreciam, ou diminuem. Ele é a divindade da confusão e
da incerteza.
Tem havido um esforço consciente para aproximar Èşu da divindade do mal, como o Lúcifer
bíblico, de quem também se diz ter caído do céu em desgraça. Mas nós podemos ver claramente que
a diferença entre eles é que um existe autonomamente ao lado de Deus, enquanto o outro foi criado
por Deus e influenciado por Èşu .
Veremos em Ejiogbe, como Èşu veio a existir. É revelado que a escuridão existiu antes da luz. A
escuridão, que é qualquer coisa que não podemos ver através, ou compreender prontamente,
representa a força do mal, a qual anuncia a existência de Èşu. Assim como a escuridão anuncia o
nascimento de Èşu, a Luz anuncia o advento de Deus. A luz representa a verdade, a bondade, a
objetividade, a honestidade e o otimismo. O bem e o mal existem lado a lado e estão em constante e
interminável concorrência. Um não é criação do outro, por que o bem não pode ser gerado pelo mal,
assim como o mal não pode ser gerado pelo bem.
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Na luz dos acontecimentos, a divindade chamada Èşu a que estaremos nos referindo neste livro, é
uma entidade que não deve ser vista como independente a Deus. Ele veio a ser ao mesmo tempo do
que Deus. A superiOrídade de Deus reside no fato de que Èşu não pode criar, assim como Deus é a
única autOrídade que tem este poder. Mas Èşu pode mutilar, transformar e causar danos quando ele
quer, e ele também pode ser construtivo e até imparcial, quando é persuadido a fazer isto. Deus é a
única agência que pode ser boa e distribuir benefícios e bênçãos do começo ao fim. Ele não tem que
ser subornado para ser favorável aos seus filhos. Ao inverso, Èşu está sempre aproveitando a
oportunidade que tiver para demonstrar que, caso alguém não reconheça a sua autOrídade, ele terá
meios de obrigar a esta pessoa a fazê-lo, criando-lhe problemas deliberadamente.
Veremos também que Èşu, em sua capacidade de distribuir o mal, pode conquistar as melhores
mentes, tomar conta delas e manipulá-las de acordo com sua vontade. Foi esse Èşu que tomou conta
da mente de Lúcifer e o fez se voltar contra Deus. Foi também ele quem tomou conta de mente de
Judas Iscariotes e o fez se voltar contra Jesus Cristo. É o mesmo Èşu que volta o filho contra o pai,
a esposa contra o marido, amigos contra amigos, irmãos contra irmãos, homens contra homens,
nações contra nações, a terra contra o céu, etc.
Tem se discutido que ele é quem tem maior quantidade de seguidores dentre qualquer comunidade
de criaturas vivas. Não há ser criado por Deus que Èşu não possa manipular, começando com as
divindades que Deus criou primeiro, para auxiliá-lo na administração do Universo. Èşu criou tantos
problemas para elas que ele acabou usando-as conforme sua vontade. Quando estas divindades
perpetraram o mal, tanto umas contra as outras, quanto contra os indefesos mortais, elas o estavam
fazendo sob a influência de Èşu e não como servidores de Deus. Algumas destas divindades
pensaram várias vezes que pudessem ignorar Èşu e prosseguir assim.
Conforme descrito no capítulo anterior, que tratava da criação do mundo, Deus mandou suas
duzentas divindades preferidas para a terra, mas Èşu veio com elas como a ducentésima primeira
(201a.) divindade. Todas elas trouxeram consigo instrumentos recolhidos dentro do quarto mais
íntimo da casa de Deus, exceto Èşu, que é um fenômeno independente. Esses instrumentos,
ferramentas e miudezas que estas divindades trouxeram com elas para o mundo, consistem os
materiais com os quais seus seguidores são iniciados para seus cultos em diferentes fé e ordens
religiosas até hoje. A diferença entre as outras divindades e Èşu é que ele não tem religião própria e
ninguém é iniciado para seu culto exclusivo. Com exceção da pedra procurada na água corrente de
um rio, que é usada para preparar seu altar e de seu animal favOríto, o bode, não há qualquer outro
instrumento ou ferramenta com a qual Èşu possa ser associado. Seu altar em geral é preparado
apenas por aqueles que preferem recrutar a sua ajuda, ante ao seu antagonismo, e não que a ele
estejam servindo de alguma outra maneira discernível.
A verdade sobre o lugar de Èşu na divinosfera é que esse é o lugar mais traiçoeiro e enganoso de
todos. Nós iremos descobrir mais tarde nesses livros, que logo depois que ele veio ao mundo com
essas divindades, elas todas tentaram mantê-lo isolado e à parte. Elas se recusaram a reconhecer seu
poder e autOrídade. Veremos também que problemas ele criou para todo o grupo como estratégia
para obrigá-los a reconhecerem seus poderes. Descobriremos que quando todas as divindades
resolveram vir ao mundo para definir sua própria posição na hierarquia, elas concordaram que cada
uma festejaria todas as outras em suas próprias casas, seguindo uma ordem hierárquica de
Antigüidade. Oríşá N’Lá estava indicado para ser o primeiro, uma vez que tinha sido escolhido
como representante do próprio Deus na terra. Èşu de certo modo alertou-os de que ninguém poderia
pretender ser mais antigo do que ele, porque ele estava lá antes que qualquer outro tivesse sido
criado. Elas o mandaram calar-se.
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Oríşá N’la então começou a preparar a sua própria festa. Nesse dia, tão logo a mesa foi estendida
para que comidas e bebidas fossem servidas, Èsù piscou seus olhos para dois dos filhos de Oríşá
N’la e eles foram imediatamente tomados por convulsões. Quando a festa estava para começar,
gritos foram ouvidos vindos do Harém de Oríşá N’la e todos abandonaram a mesa de jantar para
descobrir o que estava acontecendo. Antes que qualquer um deles pudesse fazer alguma coisa, as
duas crianças morreram.
O mesmo incidente, em diversas variações, aconteceu quando chegou à vez das outras divindades.
No final, todos acabaram concordando em deixar Èşu iniciar com os banquetes, e depois disso todas
as outras fizeram suas festas sem atrasos ou impedimentos.
Esse incidente ilustra claramente que ninguém pode competir e confrontar Èşu. Mesmo Deus, que
teOrícamente tem poder para eliminá-lo da superfície do sistema planetário, permitiu que ele
transitasse livremente entre os pobres e indefesos mortais. Ọrúnm.lá é a única divindade que sabe
como administrar Èşu até hoje. Veremos em Obge-Odi como Èşu tornou-se um parceiro íntimo de
Ọrúnm.lá. Ele é a única divindade que sabe como aplacar Èşu e obter dele o máximo de proveito. E
é por isto que Ọrúnm.lá, sabendo que ele é o arquiteto do infortúnio, está sempre a recomendar seus
seguidores para que ofereçam freqüentes sacrifícios a Èşu.
Qualquer um que deseje ser bem sucedido em plantar, caçar, negociar e etc, é avisado por Ọrúnm.lá
para que comece dando a Èşu o seu bode. Veremos depois em Obge-Okanran como um estrangeiro
recém-chegado que queria ser fazendeiro foi instruído por seus vizinhos para que plantasse nos
pântanos, quando todos eles sabiam muito bem que durante as chuvas, tudo o que tivesse sido
semeado nos pântanos seria destruído pelas enchentes. Ọrúnm.lá instruiu o fazendeiro para que
desse um bode para Èşu, que reagiu suspendendo as chuvas naquele ano. Todos os outros
fazendeiros da cidade fizeram suas plantações no topo das colinas e nos vales, e suas plantações
secaram pela falta de água. Todos eles então tiveram que comprar alimentos do novo fazendeiro,
naquele ano, porque suas plantações no pântano tinham propiciado as mais ricas colheitas.
No ano seguinte, o novo fazendeiro foi aconselhado pelos mais velhos da cidade a fazer sua fazenda
nas colinas, enquanto eles fariam as deles nos pântanos. O visitante foi novamente a Ọrúnm.lá, que
mais uma vez recomendou-lhe que desse um bode a Èşu. Depois de fazer a oferenda, o fazendeiro
começou a plantar nas colina. Tendo aceito a oferenda, Èşu veio uma vez mais para abrir a rolha
com a qual havia estancado o barril da chuva do céu no ano anterior. Começou a chover tão
fortemente que só a fazenda sobre as colinas floresceu imensamente. Todas as outras, feitas nos
pântanos, foram destruídas pelas enchentes. Uma vez mais a cidade inteira teve de comprar
alimentos do recém-chegado durante todo o ano seguinte. Estes dois acontecimentos fizeram do
novo fazendeiro o mais próspero homem da cidade. Veremos mais tarde como acabou por ser
coroado Ọba de toda a região, quando considerarmos os feitos de Ogbe-Okanran, um dos ọdus de
Ejiogbe.
Neste ponto, esta história tem o único interesse de demonstrar que Èşu pode ser um ajudante valioso
para a pessoa que não o subestimar ou negligenciar. E é por isso que antes eu o descrevi como
divindade da razão ou a interação entre o bem e o mal. Ele age de diferentes modos. Ele pode
influenciar a mente de um juiz encarregado de um caso para realizar ou impedir um julgamento que
afete a qualquer pessoa, dependendo de que esta tenha ou não feito oferendas a ele. Veremos depois
como ele puniu um conceituado general do exército que tinha sido mandado pelo rei em missão de
conquistar uma cidade inimiga. Antes de partir para a guerra, o general buscou um adivinho, onde
foi instruído a dar um bode a Èşu. Ele estava, no entanto, tão certo de sua habilidade que não
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considerou necessário fazer qualquer sacrifício. Aí então ele seguiu para a guerra, mas foi avisado
que ficasse consciente do infortúnio que viria depois de seus atos de bravura em batalha.
Ele foi mesmo vitOríoso nas batalhas, e quando voltou ao rei para narrar-lhe o seu sucesso, Èşu
influenciou um dos conselheiros reais a dizer que não seria suficiente narrar como ele tinha
submetido o rei da cidade dominada, mas que o General devia demonstrar como ele tinha agido.
Enquanto ele dançava e demonstrava seus movimentos com a espada, Èşu tirou a espada da mão do
General e ela caiu de suas mãos ferindo o rei, que imediatamente caiu inconsciente.
O General foi imediatamente preso e acorrentado, aguardando julgamento e execução. E foi durante
o tempo de prisão que o general lembrou-se do sacrifício que ele tinha deixado de fazer a fim de
evitar desastres depois de sua vitória na batalha. Ele então mandou uma mensagem a sua esposa,
que imediatamente ofereceu um bode a Èşu. Tendo recebido o que desejava, Èşu foi em espírito a
Ọrúnm.lá, que era também o médico do rei, Oríentando-o para que usasse um determinada folha
para fazer o rei recobrar a consciência. Ọrúnm.lá instantaneamente deixou seu palácio para curar o
rei e tão logo usou as folhas indicadas por Èşu, fez com que o rei voltasse a si. Novamente, Èşu
tomou conta da mente do conselheiro real que antes tinha dado a sugestão que acabara gerando a
catastrófica demonstração de Luca com a espada e fez lhe desta vez, recomendar compaixão. O
mesmo conselheiro apelou ao rei que lembrasse dos bons serviços que o general já lhe prestara no
passado, retomando o ditado de que “Um servo leal não pode ser condenado com base em um único
erro fortuito e não intencional.” Sua sugestão foi prontamente aceita pelo rei e o general foi
perdoado e finalmente homenageado por sua vitória.
Esta história, como veremos depois, ilustra claramente o que Ọrúnm.lá tem ensinado a seus
seguidores: que ninguém pode vencer uma batalha com Èşu, porque ele tem o poder de influenciar
todas as criaturas e manipulá-las a sua vontade. Èşu é capaz de dominar um homem com um estalar
de dedos. Os homens podem apenas evitar a cólera de Èşu, alimentando-o ou aplacando-o
periodicamente, sem necessariamente terem de submeter-se a ele. Èşu é capaz de voltar pais contra
filhos, tornar o inocente culpado, voltar esposas contra os maridos, bruxas contra os homens e
transformar fortuna em infortúnio, dependendo apenas de que esse alguém tenha procurado sua
ajuda ou incorrido em seu desprazer.
O papel de Èşu como divindade do bem e do mal pode ser claramente ilustrado nas revelações de
Irosun-Irete, que nos contarão mais tarde como um sacerdote chamado Okpini fora advertido por Ifá
para que nunca deixasse sua casa para dar consultas fora, sem antes oferecer, cedo pela manhã, um
inhame assado a Èşu, por sete dias seguidos.
Ele seguiu a advertência ao pé da letra por seis dias consecutivos. No sétimo dia, foi intimado muito
cedo, pela manhã, para ir ao palácio real, porque o rei precisava dele para uma decisão urgente. Sem
esperar para dar primeiro o inhame assado a Èşu, ele partiu apressadamente para o palácio, apesar
de ter intenção de fazê-lo tão logo retornasse à sua casa. Èşu ficou aborrecido e decidiu fazer com
que o sacerdote pagasse por ter dado maior deferência ao rei do que a ele.
Okpini foi ao palácio e lhe disseram que as coisas não iam indo bem para o rei. Ele disse que os
súditos não estavam pagando seus impostos pontualmente e, com isto, a fortuna do palácio vinha
diminuindo. O rei queria que ele descobrisse porque isto estava acontecendo e como melhorar a
situação. Após a consulta oracular, Okpini disse ao rei que fizesse o sacrifício e a situação daria
sinais de melhora naquele mesmo dia. Ele predisse que após o sacrifício, caçadores trariam ao
palácio naquele dia: uma serpente, um veado vivo e notícias de dois caçadores que tinham
conseguido abater um búfalo e um elefante.
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O rei seguiu rapidamente as prescrições e ficou esperando que as predições de Okpini se
manifestassem. Terminado o trabalho, Okpini voltou para casa, todas as suas predições iriam se
mostrar verdadeiras, mas Èşu estava determinado a impedir que elas se manifestassem.
Enquanto isso, Èşu se transfigura em um velho cidadão e toma posição na ponte que dá acesso à
cidade (Ubode em Yorùbá). Quando o homem com a serpente chega, o ancião diz a ele que, no seu
próprio interesse, não vá ate o palácio, porque o rei está fazendo certos sacrifícios e os sacerdotes de
Ifá lhe tinham recomendado que qualquer caçador que viesse ao palácio com qualquer animal, ou
para contar que tivesse abatido qualquer caça (era tradição, naqueles tempos, que qualquer pessoa
que abatesse um animal grande deveria contar ao rei para render-lhe homenagem), deveria ele
mesmo (o caçador), ser usado como vítima do sacrifício que estava sendo oferecido no palácio
naquele dia.
Tão logo o homem que trazia a sucuri ouviu as más notícias, agradeceu o velho homem e sentou-se
perto da Ubode para esperar. O homem com o veado vivo, o que havia matado o búfalo e o que
havia matado o elefante também se refugiaram temporariamente perto da ponte. Todos eles
acabaram passando a noite ali, nem ousando entrar na cidade e muito menos ir até o palácio.
Depois de esperar em vão que as previsões de Okpini se tornassem verdadeiras, o rei se aborreceu e,
na manhã seguinte, mandou chamar Okpini mais uma vez. Desta vez, Okpini já tinha dado o
inhame a Èşu, embora com atraso.
Chegando ao palácio, o Ọba acusou-o de incompetência e de ser mentiroso e trapaceiro. Ele estava
irremediavelmente em desgraça. Deprimido, Okpini retornou a sua casa, embrulhou seu Ifá e jogouo
no rio Oşun, por tê-lo enganado nas predições.
No entanto, tão logo ele tinha deixado o palácio, Èşu, que já tinha recebido seu inhame, foi contar
aos caçadores que aguardavam na Ubode, que os sacrifícios na palácio haviam terminado, e que o
caminho estava abeto e que eles poderiam prosseguir até o palácio. Todos eles chegaram lá ao
mesmo tempo para renderem suas homenagens ao rei.
O rei admirou-se de que todos eles tivessem chegado ao palácio ao mesmo tempo e perguntou-lhes
se por acaso todos teriam ido caçar no mesmo lugar. Em resposta, eles lhe contaram, sem medo,
como tinham passado a noite na Ubode, embora, na verdade, tivessem chegado à cidade na véspera.
Nesse momento, o rei entendeu que as previsões de Okpini tinham se cumprido na íntegra, mas que
as malévolas maquinações de um desconhecido tinham assustado os caçadores. O rei mandou
rapidamente um chamado a Okpini, pedindo-lhe desculpar por incomodá-lo tão cedo. Disse-lhe
então que todas as previsões tinham se realizado, recompensou-o e conferiu-lhe um alto título.
Okpini mais tarde voltou para casa à frente de um cortejo triunfal.
Tão logo chegou em casa, correu para o rio Oşun para recuperar seu Ifá e, ao chegar em casa,
apaziguou-o com a oferenda de uma cabra que o rei lhe havia dado. Os leitores podem imaginar
como, falhando em dar um mísero inhame assado a Èşu, tantos transtornos foram causados. È por
isso que, no culto de Ifá, as pessoas são sempre ensinadas a fazer as oferendas prescritas para Èşu
sem qualquer demora.
Um exemplo final é dado em Irosun-Osa, o do barbeiro real que é alertado para fazer sacrifício para
Èşu a fim de evitar que as suas tarefas não consigam ser completadas. Ele se recusou a fazê-lo.
Nesse ínterim o rei pede ao barbeiro que venha ao palácio lhe cortar o cabelo. Quando percebeu que
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o barbeiro tinha se recusado a fazer-lhe o sacrifício, Èşu se transforma em um velho cidadão e vai
ao barbeiro para cortar o cabelo, chegando exatamente na hora que ele está de saída para o palácio.
O velho homem tenta convencer o barbeiro a atendê-lo antes de sair. Este faz o que pode para
convencê-lo a voltar mais tarde, uma vez que está indo atender o rei, mas não consegue.
Finalmente, decide, pelo preço de 5 kobo, cortar o cabelo do ancião. Mas aí percebe que à medida
que vai cortando-lhe o cabelo, este vai crescendo, instantaneamente, e apesar de levar o dia inteiro
cortando o cabelo do homem, nem um único fio de cabelo cai no chão.
No fim do dia, o velho acusa o barbeiro de ineficiência e recusa-se lhe pagar o combinado porque o
seu cabelo e está mais comprido do que estava antes de vir cortá-lo. E é nesse ponto que o barbeiro,
tendo desapontado o rei naquele dia, entende que devia ter feito o tal sacrifício. O que deve ser
observado nessas análises é que, como todas as outras divindades, Èşu é invisível e pode influenciar
situações e fatos de diversas maneiras. É errado supor que Deus espere de nós, simples mortais, que
antagonizemos Èşu, porque nós nem ao menos podemos vê-lo para abrir-lhe combate. Ele opera em
espírito e, muitas vezes, age por procuração. A regra do culto a Ifá é dar a Èşu o que quer que seja
necessário para agradá-lo, e, às outras divindades, o que elas desejarem, e só assim alguém poderá
ter a chance de atingir os objetivos de seu destino.
À medida que vivemos, não temos meios de nos confrontar com forças invisíveis, quer elas tenham
boas ou más influências em nossas vidas. Verdade é que, à medida que seguimos as regras de ouro,
fazendo às outras criaturas de Deus aquilo que esperamos que elas façam para nós, estamos
diretamente a serviços de Deus. Mas isso não significa que não estaremos vulneráveis a outras
forças malignas, invejosas de nossas virtudes e determinadas a expulsar os atributos da bondade da
face da terra. Ọrúnm.lá revela que, o modo como Deus espera que nós reajamos a estas forças do
mal não é fazendo o mal, mas defendendo-nos delas.
A questão agora é, como os seres humanos que se queixam das maldades dos outros contra eles,
podem eles mesmos pedir absolvição total por praticar o mal?
O chefe de um escritório que insiste que seus subordinados lhe paguem propinas antes de promovêlos,
chefes homens que insistem que seus subordinados do sexo feminino, casadas ou não, vão com
eles para a cama antes de serem recomendadas para receber seus direitos de rotina e/ou privilégios,
o trabalhador que exige propina de uma concessionária antes de garantir isenções estatutárias ou
cívicas, o policial que recebe propina um caso, de modo a alterar o curso da justiça, o bancário que
causa prejuízos ao público fazendo operações de câmbio no mercado negro, assim impedindo que
esse dinheiro seja usado para cumprir obrigações nacionais legítimas, aqueles que usam meios
físicos e diabólicos para buscar a morte de alguém que esteja atrapalhando seu caminho de ganho,
lucro, promoção ou competição, qualquer pessoa que falsifique uma situação à custa de outros para
seu ganho pessoal, qualquer pessoa que participe da conquista de uma posição ou indicação, em
detrimento de outros e para seu próprio benefício, qualquer um que roube seu vizinho abertamente
ou não, e qualquer funcionário público que inflacione o custo de um projeto ou contrato para
aumentar sua própria comissão, não pode esperar invocar a graça de Deus, não importa quão
fervorosas sejam suas preces. É um princípio fundamental das regras da divinosfera que aqueles que
buscam a bênção das divindades, devem fazê-lo se tiverem às mãos razoavelmente limpas. Nenhum
homem pode, sob qualquer justificativa, esperar melhor justiça dos poderes superiores denegrindo a
integridade de outros, quando são, eles mesmos, culpados de ofensas semelhantes.
Quando nos engajamos em qualquer prática que não seja sadia, estamos agindo como agentes do
mal e não como servidores de Deus. Se uma pessoa dessa espécie está rezando ou pedindo algo e
espera que Deus e suas divindades escutem suas preces, está simplesmente esperando extrair água
52
de uma pedra Assim sendo, é razoável concluir que desde que não são muitas as pessoas que servem
a Deus de maneira correta, é lógico que partamos para a segunda melhor alternativa: a de encontrar
Deus através de seus agentes, as divindades e conseqüentemente aplacando as forças do mal, das
quais nós mesmos não estamos livres. Em outras palavras, aqueles que estão verdadeiramente
limpos de coração, e eles são poucos e estão longe, podem ousar ignorar Èşu e prosseguir. Mas na
medida em que nadamos, nos banhamos e bebemos da correnteza do mal, não estamos em posição
de condenar Èşu. É só através do bem absoluto que podemos lutar e nos precaver contra Èşu. É por
isso que no Novo Testamento, quando a multidão quer apedrejar Maria Madalena por prostituição,
como era costume entre os judeus naqueles tempos, Jesus pediu que qualquer pessoa daquela
multidão que se considerasse livre de pecado, atirasse a primeira pedra, e ninguém atirou.
É assim que Ọrúnm.lá, a divindade da sabedOría, nos ensina que a melhor abordagem a Èşu é tentar
apaziguá-lo para que ele não obstrua os caminhos de nossa vida, porque nós não somos
suficientemente fortes, nem física, nem espiritualmente, para lutar contra ele.
O SIGNIFICADO ESPECIAL DO BODE PARA ÈŞU
Os leitores verão mais tarde neste livro, que o bode é a principal oferenda para Èşu. Veremos
também que o bode e o cachorro, juntos, costumavam ser empregados domésticos de Ọrúnm.lá no
céu. Foi à deslealdade do bode que o tornou vítima sacrificial para Èşu. Mais importante, todavia, o
bode tornou-se a principal oferenda para ele por causa de um débito como Rei da Morte. Irosun-
Irete revela como o filho de um Ọdu de Ọrúnm.lá chamado Imoton ou “sabe-tudo” aborreceu o Rei
da Morte. Para testar o quanto de sabedOría ele realmente tinha, como seu nome indicava, o Rei da
Morte deu-lhe um bode para criar para ele, ordenando-lhe que ele trouxesse, anualmente, os filhotes
que ele gerasse. Enquanto isso Ọrúnm.lá tinha pensado em comprar uma cabra para viver com o
bode. Èşu alertou-o que esta abordagem não seria aceitável pelo Rei da Morte. Èşu disse a Ọrúnm.lá
que lhe desse o bode para comer e que ele saberia o que fazer quando chegasse à hora.
Quatro anos mais tarde, o Rei da Morte mandou uma mensagem ao filho de Ọrúnm.lá para que lhe
trouxesse o bode e suas crias. Nesse momento, Èşu pediu que lhe comprasse outro bode que ele
também matou e comeu, deixando um de seus membros e a cabeça. Ele usou a para marcar pegadas
no chão, simulando o movimento de uma grande quantidade de bodes. Èşu também preparou cordas
supostamente usadas para amarrar uma quantidade grande de bodes. Èşu em seguida acompanhou
Ọrúnm.lá para responder ao enigma do rei da Morte. Chegando lá, Èşu explicou que quando eles
vinham vindo com as crias ao lado do bode, um grupo de bandidos armados os atacou, roubando o
bode e seus filhotes. Para substanciar a história, Èşu mostrou ao Rei da Morte as cordas usadas para
amarrar todos os bodes. Acrescentou que eles tinham matado o bode Oríginal e por isso lhe tinham
trazido a cabeça e a pata.
O Rei da Morte então se voltou para Èşu dizendo que ele teria de pagar pelo bode perpetuamente.
Èşu por sua vez, reuniu as duzentas divindades e disse-lhes que daquela data em diante, se elas
quisessem paz e prosperidade deveriam sempre lhe oferecer bodes para que ele resgatasse seu
débito como Rei da Morte. Esse é o bode que todos nós pagamos a Èşu até hoje. Até onde este autor
pode verificar, todas as divindades conhecidas recomendam a seus seguidores oferecer,
periodicamente, sacrifício de bodes a Èşu.

Extraido:

A OBRA COMPLETA DE ỌRÚNMÌLÁ
A SABEDORÍA DIVINA
Autor: Mr. Cromwell Osamaro

Um comentário:

Luiz L. Marins disse...

Para saber mais sobre Osamaro, o autor deste post aqui publicado, sugiro ler este material:

http://culturayoruba.wordpress.com/osamaro-uma-autobiografia/