quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ÒRISÁ ÈSÚ




Orisá Èsù


EXÚ – “ELEGBARÁ”
Elegbará é o senhor do poder, ele o representa e o controla. Apalavra Exu em Yorubá quer dizer
esfera.
Elegbará tem o poder de se deslocar para todos os lugares e usam transportes (carros, barcos,
etc...). Não vive somente nas encruzilhadas nas madrugas fazendo emboscadas. É verdade que gosta
de lugares escuros e suspeitos, porém se afina facilmente a qualquer local.
Elegbará tem o poder de fazer o bem e o mal.
No candomblé se usam denominações diferentes para distinguir Exu Bará dos demais Exus.
Emprega-se o termo Iku-egun que significa entidades que tiveram vida terrena e que cumprem missão
na Terra (exus, caboclos e pretos velhos de Umbanda).
Os Exus Ikú-eguns são aqueles eguns desencarnados que tiveram pouca iluminação espiritual e
vivem à serviço de outros Exus, os quais trataremos mais tarde.
É de extrema importância que não se faça confusão com BABA_EGUN, que são ancestrais
mortos, com desenvolvimento espiritual mais elevado e que atingiram a categoria de Babá.
Os Exus Ikú-eguns usam o tridente de ferro como símbolo, cujo significado é o seguinte: o
primeiro dente representa a força positiva, o do meio a força neutra, e o último a força negativa.
O elegbará que trataremos nesse capítulo não é este que usa tridente, o Exu em questão usa
uma ferramenta original feita de bronze ou ferro. É constituída de sete ferros voltados para cima, que
simbolizam os sete caminhos do homem. Esse tipo de entidade recebe o nome de Exu Bará. A palavra
significa:
OBÁ: REI; ARÁ: CORPO – “aquele que habita o corpo do homem”.
De modo geral, Exú Bará é o nome dado ao Exu ligado ao destino individual e princípio dinâmico
de todas as coisas.
O Exú Bará traz no dorso um bastão de madeira com uma cabeça humana esculpida,
terminando com um gorro curvo para traz, enfeitados com as contas e búzios. Este bastão recebe o
nome de ògó-elegbará.



Exu é o primeiro orixá a ser louvado no candomblé, porque representa o principio do movimento. Uma
vez acionado é preciso controla-lo, como se sabe com respeito a qualquer movimento. Como a fome é
um dos motivos que levam o homem a se mover em direção a um objetivo, Exu come demais. E por
comerem as plantações, é que as formigas sao tidas como sendo de Exu e a terra dos formigueiros
também. Ele é compreendido na África como um deus do movimento (nada a ver com o diabo cristão,
embora o sincretismo o associe assim, no Brasil), que come tudo que pode, e que é "quente".
Exu mora nas encruzilhadas (a idéia é "o que é mas não é", sempre. Uma encruzilhada a princípio não
é caminho algum e ao mesmo todos eles, certo?) Os pés de qualquer animal também sao de Exu,
segundo os africanos. E Exu é controvertido, porque tem um gênio travesso (Em Cuba, por causa disso
ele é o Menino Jesus) e faz o que lhe pedem. Não tem noção de bem e de mal e se movimenta
apontando o pênis pro lugar onde quer ir. Não existe lugar, no passado, presente ou futuro a que Exu
não possa ir. Existe um oriki (verso sagrado) que diz, inclusive, que "Exu mata ontem um passarinho
com pedra que atirou hoje para o amanha."
Exu também é associado à sexualidade, a segunda fome humana. O dia da semana: segunda-feira (o
primeiro dia na semana ioruba , que tem 4 dias, também).
Existem infinitos avatares de Exu, e mitos muito bonitos também. Um deles, de que eu gosto muito
conta que "Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação e irmão de Ogum,
Xangô e Oxóssi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos animais da aldeia em que vivia. Depois
disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo que via até chegar ao mar. Orunmilá previu então
que Exu não pararia e acabaria comendo os homens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo a
comer o céu. Ordenou então a Ogum que contivesse o irmão Exu a qualquer custo. Para conseguir isto,
Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mas mesmo
depois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores, os rios, tudo permaneceu ressecado e sem
vida, doente, morrendo. Um babalaô (representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que o
espírito de Exu sentia fome e desejava ser saciado, ameaçando provocar a discórdia entre os povos
como vingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito. Orunmilá determinou então que em toda e
qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orixá, houvesse uma parte em homenagem a
Exu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que se mantivesse sempre satisfeito e
assim possibilitasse a concórdia".
Cor: preto e azul escuro entre os iorubas, preto e vermelho entre os angolas (A cor preta se relaciona
ao fato de que para que a luz chegue a algum lugar o movimento já precisa ter sido acionado, ou seja
Exu deve ser antes do movimento da luz)
Elemento: fogo e ar.
Símbolo: ogó (um pênis de madeira, com búzios pendurados simbolizando o sêmen)
Numero 1
Comida: farofa
Saudação: Laroiê, Exu!
EXU ( "esfera" )
A palavra EXU em iorubá significa "ESFERA", aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Exu
serve como intermediário entre os Orixás e nós, homens. É a força da criação, é o princípio de tudo,
o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, (o que não quer dizer coisa ruim). Exu é a célula da
criação da vida, aquele que gera o infinito, infinitas vezes. É o primeiro passo em tudo. Está presente,
mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. É a capacidade dinâmica de tudo que
tem vida. Principalmente dos seres humanos, que carregam em seu plexo este elemento dinâmico
denominado Exu. No candomblé é chamado Bára, ou seja, "no corpo", preso a ele. É a abertura de
todos os caminhos e a saída de todos os problemas. Aquele que ludibria, engana, confunde; mas,
também ajuda, dá caminhos, soluciona.
Seu símbolo não é o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima representando os
sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captação, distribuição e armazenamento de
energia), as sete cores, as sete auras.
É o mais humano dos orixás, sendo uma divindade de fácil relacionamento. Sua função de contato
entre o homem e os demais orixás faz com que supere o real, e atinja o mágico. São os orixás
que respondem no jogo de búzios, mas é Exu que traduz a resposta.
Não é dele a responsabilidade de decidir o que é certo ou errado; apenas realiza a tarefa para a
qual foi invocado. Teria mesmo papel que o deus Mercúrio na mitologia grega.
O mensageiro dos deuses. É o elemento de ligação entre este mundo e o outro. É difícil de ser definido
de maneira coerente, gosta de gerar disputas e provoca acidentes. É vaidoso, grosseiro, indecente, a
presença de Exu está no membro ereto do macho, na penetração da fêmea, na ejaculação, na primeira
célula que está em formação, na paixão, no desprezo, no engano, na dor. Exú trabalha mediante
dinheiro, bebida ou sacrifício animal. Mas, cuidado: é bom cumprir com suas obrigações, pois ele pune
quem não cumpre a palavra, é um servo, porém enérgico e sensual ao extremo, atua como segurança
de seus devotos, sua especialidade é quebrar normas e regras. Ele é amado e odiado em igual
proporção e seus raros “filhos” costumam ser provocadores, abusados, astutos, ágeis física e
mentalmente.
Seu comportamento humano é erroneamente ligado ao diabo, no sincretismo. Contudo, isso é uma
inverdade. É um orixá que vive e transita entre todas as dimensões, muito vivido e, por vezes, amargo
e explosivo. Ele é o resultado da integração água e terra, masculino e feminino, sendo o terceiro
elemento. Cultuado entre os Orixás, apenas por seu intermediário é possível adorar as Yabás-Mi (as
feiticeiras). Traçar e abrir caminhos é uma das suas principais atividades, pois ele circula livremente
entre todos os elementos do sistema. É o princípio da comunicação. Está fortemente representado no
O-POM-de-IFÁ (tábua adivinhatória de Ifá – Deus da Adivinhação) pelos triângulos e losângulos. O
sistema oracular funciona graças a ele. Está profundamente associado ao segredo da transformação de
materiais em indivíduos. É o princípio dinâmico da expansão (evolução), agente de ligação, princípio do
nascimento de seres humanos, princípio da reparação (causa/efeito). Porém, Exú possui o lado bom e,
se ele é tratado com consideração, reage mostrando-se servisal e prestativo. Se, ao contrário,
esquecerem de lhe oferecer sacrifícios e oferendas, podem esperar catástrofes. Desta forma, revela-se
o mais humano dos Orixás, nem completamente mau, nem completamente bom.Historicamente, por
ter o poder de estar em vários lugares ao mesmo tempo, diz-se que Exú tem o dom da “UBIQUIDADE”.
Ele controla o equilíbrio entre ÒRUN (céu) e ÀIYÉ (terra). Como Orixá, diz-se que ele veio ao mundo
com um porrete, chamado OGÒ, que teria a propriedade de transportá-lo, em algumas horas, a
centenas de quilômetros e atrair, por um poder magnéticos, objetos situados a distâncias grandes. EXÚ
é o guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas e serve de intermediário entre os homens e os
deuses. Cada ORIXÁ possui o seu EXÚ no jogo de IFÁ (uma prática comum, que se utiliza de 16
búzios) é ele o portador da resposta. Chamam-no também de Legba ou Elegba. EXÚ é o primeiro que
se serve e cultua, é o Senhor, o decano de todos os elementos, todos os orixás necessitam de suas
forças, pois ele está ligado à evolução e ao destino de cada um.Cada ser humano possui o seu EXÚ
BARA, que é assentado, não vira na cabeça de ninguém. Este Exú nasce e morre com a pessoa.O
principal Exú do LÉSÉ-ÉGÚN é o MONÃMONÃ, seu culto só acontece quando trovões e relâmpagos
cortam os céus. Seu assentamento fica numa cabana de sapê, aberta, ficando a mostra. Na África
existem iniciados no Culto Afro-Brasileiro, são pouquíssimas as pessoas “


feitas de Exu”.
Não se pode
ir a um Orixá sem antes tratar de Exú. Embora seus toques sejam rápidos (ex. Bravum Adarrum), ele
dança com satisfação qualquer toque aos Orixás quando ordenado. Exceto para Oxalufã, com o qual ele
brigou por desejar seu trono.Ele tem o título de ASIWAJU, quer dizer: aquele que vai na frente do
todos e o primeiro a ser serrvido.Exú é o detentor de axé e quem, junto com Olodumaré, criou o
universo, ambos têm o mesmo poder.
Num terreiro (egbé) temos o Exú da porteira (guardião), fica na entrada do terreno, faz a revista nas
pessoas que entram e saem, e seguem as ordens do Exú, dono do local. Algumas casas tem, em volta,
sete ou quatorze, assentos de Exú, abaixo do nível da terra, e todas as vezes que há alguma festa na
roça, esses exus comem.
QUALIDADES
YANGI


: É o mais velho, a primeira forma a surgir no mundo. É o dono do poder dinâmico do processo
da multiplicação dos seres. Está ligado tanto ao ancestral masculino como ao feminino. Carrega o
ADOIYRAN, cabaça que contém a força de se propagar. Esta cabaça vai no assentamento. É
companheiro, inseparável, de OGUN, a ponto de serem confundidos. Rei dos Exú. Veste o branco,
vermelho e o azul escuro. Come bichos machos e fêmeas.
AGBO


: De Omulú
AKESAN


: É relacionado ao jogo de Búzios
LALU


: É jovem, está ligado a Oxossi, Logunedé e vem dos caminhos de Oxalá. Não deve beber
cachaça nem dendê. Veste-se de branco. Vem, também, para outros Orixás. Tem muitos filhos.
GERI


: Ligado a Oxun Iapondá
GIBIRIN


: Ligado a Oxaguiã e Ossayin
TIRIRI


: É de grande valor e mérito, está associado a Ogun e Oxossi. Usa vermelho ou todas as
cores. Sempre nas porteiras e caminhos, tem grande força.
SIGIDI


: Só serve a homens. Provocador de brigas.
ALAKEFO


: Associado a Nanã
BARAKESAN


: Ligado a Oyá
IGBARABO


: Junto a Xangô, Yemanjá e Ogun
YNÁ


: É invocado no início do PADÊ. É associado ao fogo e representa a força. É simbolizado pelo EGAN
(gorrinho em forma de cone), pelo pássaro e pelo IKOODÍDE, pena vermelha do papagaio ODÍDE. Usa
vermelho.
BARA IFÁ


: Destinado ao Jogo de Búzios
ALAKETU


: É o Exú do dinheiro, veste branco, vermelho e azul escuro. Causador de acidentes.
ABENEKWA


: Ligado a Oxun Ajagurá
ELERU


: É o senhor das oferendas, o portador e o mensageiro. É sempre o primeiro a ser invocado.
Veste o preto e o vermelho. É o dono do dendê. É ele que carrega o dendê na peneira.
YGELU


: Associado ao WÁJÌ, que representa o fruto da terra e por extensão o mistério do processo
oculto da vida e da multiplicação. Dele é o caracol africano. Veste o azul arroxeado. Às vezes aparece
vestido de preto.
ODARA


: É invocado no padê. Providencia a comida e a bebida de todos. É benéfico, não gosta de
bebida alcoólica, aprecia mel e vinho, gosta de branco, mas usa vermelho e preto. Ele nos dá a
fortuna.
LONA


: É o Exú das porteiras dos barracões, vigia os caminhos. Traz os clientes e a fartura. Usa
vermelho, preto e azul arroxeado.
OLOBÉ


: Este Exu é o dono da faca. É ele que separa as frações de substâncias para formar outros
seres diferentes. É muito semelhante ao OGUN XOROQUE, anda pelas madrugadas, sempre procurando
os profanadores de oferendas postas nas encruzilhadas. Sua cor é azul arroxeado. Ele é o AXOGUN e
sacerdote, sacrificador da sociedade das ÌYÁMI ÀJÉ.
ENÚGBANIJO


: É o dono da boca, aquele que fala e traz as respostas.
LARÓYÈ


: É astuto e provoca brigas
COR


: preto, vermelho, branco, azul-marinho e cinza
COMIDA


:



Acaçá branco/vermelho



Aberén



Obi vermelho



Orogbo



Epo pua



Farofas de:
o


dendê – agilizar
o


Waji – dinamizar
o


Gema de ovo – prosperidade
o


Clara de ovo – despachar a rua



Mel de abelhas



Carne frigida no epo pupa ou crua ou carne seca



Banana cozida



Banana da terra no epo pupa



Atare



orogbo
DIA DA SEMANA


: segunda-feira
DATA


: não existe especificamente, pois todos os dias são de Exú.
FRUTAS


: limão, banana, cana-de-açúcar
FOLHAS


:



Folha da costa



Bredo-sem-espinho



Alfavaquinha



Mal-me-quer-bravo



Tiririca



Folha de bobô



Cançanção-de-porco



Cançanção branco-de-leite



Picão da praia



Folha da fortuna



Urtiga



Tento de Exú



Arrebenta cavalo



Mamona



Mulungun



Vassourinha de N. Senhora



Folha de fogo



Coração de negro



Fruto da aroeira vermelha



Figueira brava



Bredo
BEBIDAS


: Todas as bebidas fortes
IIEKÉ:


contas pretas e vermelhas
METAL


: não tem, sua matéria é a terra, pois nasceu da terra em forma de pênis.
PARTES DO CORPO


: sensação de sede e de fome, cavidade do Ori (cabeça), cavidade do útero,
atividade sexual (não da atividade procriadora, da fecundação, pois ele é o resultado, o descendente),
placenta fecundada, os pés (bola dos pés), uma parte do fígado (a outra é de Oya).
SÍMBOLOS


: Ogo (bastão cheio de tranças de palha numa ponta com cabeças penduradas, nas quais
ele traz suas bebidas. O Ogo é todo enfeitado de búzios).
SACERDOTES


: Lebasi – filhos de Exú
Obs:


na Nigéria tem o nome de Oluponá
CARGOS


: (femininos) DAGAN OTUN DAGAN OSI DAGAN
TOQUE


: Bravun
SAUDAÇÃO


:
Larôye, Exú
Koba Laroye Mojuba Exú
Koko ro bi jô
(EXU, o Mercúrio africano, o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, o
intérprete da linguagem dos mortais e dos ORIXÁS. É pois o encarregado de levar aos deuses da África
o chamado de seus filhos estrangeiros. E nestas notas introdutórias, ele e chamado a levar aos filhos
estrangeiros amostragem das infinitas possibilidades deste rico Panteão, que se mantém vivo na África,
no Brasil e em outros países do Novo Mundo).
EXU - EXU é o preexistente à ordem do mundo. Como a própria vida, ele se transforma sem
parar, mas não uniformemente, porque EXU muda o jogo a seu bel prazer - é um "tríckster". É
astucioso, vaidoso, inteligente e ambíguo, a tal ponto que os primeiros missionários assustados
compararam-no ao diabo, dele fazendo símbolo de tudo que é maldade. Mas EXU, por ser o próprio
dinamismo, é quem faz, com seus paradoxos, as coisas manterem-se vivas. É ele que propicia estar o
AXE sempre circulando e, ao ser tratado com consideração (oferendas) reage favoravelmente,
mostrando-se serviçal e prestativo. EXU revela se o mais humano dos ORIXÁS, nem completamente
mau, nem completamente bom. Por estar relacionado com os ancestrais, ele é o guardião dos templos,
das casas, das cidades e das pessoas. Cada pessoa tem o seu BARA - até cada ORIXÁ tem seu EXU.
Ele está em tudo e com tudo, pois é o intermediário eterno entre os homens e os deuses. É por isso
que em todas as cerimônias do CANDOMBLÉ sua oferenda é a primeira e chama-se PADÉ - que
significa reunião. No PADÉ, EXU é chamado, saudado, cumprimentado e enviado ao além, com dupla
intenção: convocar os outros ORIXÁS para a festa e ao mesmo tempo afasta-lo, para que não perturbe
a boa ordem da cerimônia, com seus golpes de "tríckster". Como transportador das oferendas, ele é
OXETUÁ, filho de OXUM com os dezesseis ODU do oráculo (Jogo de búzios) (CAURI) Este aspecto
benfazejo de EXU outorga-lhe o poder de restituir a fecundidade ao mundo. Como senhor do poder da
transformação, ele é EXU ELEGBARA, que foi cortado em pedaços e em seguida se regenerou e, ao
fazê-lo, reuniu simbolicamente o Universo inteiro.
EXU mantém o equilíbrio das trocas, provoca o conflito para promover a síntese. Tudo que se
une, multiplica-se, separa-se, transforma-se - tudo é EXU, personificação do principio da
transformação. Seu dia é segunda-feira. Ele está associado ao nascente e ao futuro e sua cor é o azul
escuro arroxeado, cor do mistério da procriação. Seu animal e o cão; o cacto e o mandacaru são suas
plantas. Rege o sexo e usa um chapéu que se assemelha ao falo: não há sexualidade sem EXU.
OKOTÓ é o caracol, símbolo de EXU, e representa a espiral da evolução. Quando se manifesta, é
saudado por um de seus nomes (LAROYE). Veste-se de branco, azul e vermelho, leva na mão um
tridente ou um ferro de sete pontas ou ainda uma lança.
O tipo psicológico do filho de EXU tem as seguintes características: é robusto, ágil, dinâmico,
incansável, transborda vitalidade. Ë grande amigo dos prazeres da vida, guloso, está sempre com fome
e bebe bastante. E por isso que ninguém do CANDOMBLË deve beber nada sem antes jogar no chão da
porta da rua, bebida para EXU. Alegre, brincalhão, gosta de pregar peças, esconder objetos, contar
mentiras, ensinar o caminho errado. Adora chocar, dizer palavrões. E desordeiro e adora tumultuar
festas e reuniões. Quando lhe convém, pode ser extremamente trabalhador, eficiente, incansável e
obstinado – tendo em vista sempre o que com isso irá ganhar. Mas é totalmente imprevisível, podendo
deixar o trabalho em que se empenha apenas por capricho. Não é, entretanto, Insensível. É prestativo
e não recusa sua ajuda aos amigos. É chamado sempre para resolver problemas financeiros, brigas,
encrencas amorosas, as quais com habilidade e bom humor consegue dar uma solução feliz. Mas a
principal característica dos filhos de EXU e a exacerbação da sexualidade; suas vidas são regidas por
intensa atividade sexual, e fidelidade sexual e algo impossível de obter-se dos filhos de EXU.
Exu para uns, é um Orixá como todos outros, mas que raramente se tem notícia de alguém que seja
seu filho, na maioria das vezes as pessoas desse Orixá na hora da feitura são consagradas a Ogun.
Segundo a maioria dos pesquisadores, na África as pessoas consagradas a Exu são orgulhosas disso,
mas no Brasil em virtude do sincretismo que fizeram de Exu com o Diabo, o mesmo não acontece as
pessoas de Exu preferem ser de Ogun, para não serem discriminadas.
Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os Orixás.
Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal entendidos e discussões entre as pessoas ou
para preparar-lhe armadilhas. Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo, carregar,
numa peneira, o óleo que comprou no mercado, sem que este óleo se derrame desse estranho
recipiente! Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje!
" Èsù é o princípio reparador do Sistema Nàgô. É o controlador rígido de todos os sacrifícios. Inspetor
geral, segundo Idowu (1962); "oficial de polícia imparcial", segundo Abimbola (1969:393) que diz: "a
ação de Èsù é a de... punir os contraventores, particularmente aqueles que negligenciaram fazer o
sacrifício prescrito".
Èsù Yangí, segundo a história Atòrun dòrun Èsù, delega a dívida: o que foi introjetado por ele será
restituído através dos ebós efetuados por todos os elementos procriados. A restituição é deslocada, é
transferida a um outro objeto ou a um outro ser com o qual o ofertante se identifica. Esse mecanismo,
que consiste em transferir a um outro a restituição do àse absorvido, é fundamental para a
compreensão dos rituais de oferenda e da dinâmica do sistema. A restituição transferida - a oferenda -
é que permite manter a integridade de cada indivíduo; controlada por Èsù Elebo, ela permite ao Èsù
acompanhante exercer sua função de princípio dinâmico, desenvolver e expandir a existência de
cada indivíduo".
Assim, com o devido respeito, começamos por saudar ao Imole Eshu :
Mo ju iba, Esu Oba Baba awon Esu ! Iba se, o !
Saudações, Eshu Senhor e Pai de todos os Eshus !
Que esta homenagem se cumpra!
E pedimos-lhe Ago / licença para citar o seu Orisirisi / Contos Imemoriais onde se fala de seus
dezesseis maiores atributos, sobretudo ligados ao Culto de Ifá, e que são tão negligenciados hoje em
dia até pelos seus El'esu / Sacerdote de Eshu!
Eis aqui seus maiores dezesseis títulos e suas correspondentes "qualidades", os quais sempre foram
ligados aos 16 Odu / Fundamentos de Tradição dos Itan Ifa / Contos de Ifá de Ile Ife / a Cidade Santa
de Ifé :
Esu Yangi - o Senhor da Laterita Vermelha
Esu Agba - o Senhor Ancestral
Esu Igba Keta - o Senhor da Terceira Cabaça
Esu Okoto - o Senhor do Caracol
Esu Oba Baba Esu - o Rei e Pai de todos os Eshus
Esu Odara - o Senhor da Felicidade
Esu Osije - o Mensageiro Divino
Esu Eleru - o Senhor da Obrigação Ritual
Esu Enu Gbarijo - o Senhor da Boca Coletiva
Esu Elegbara - o Senhor do Poder Mágico
Esu Bara - o Senhor do Corpo
Esu L'Onan - o Senhor dos Caminhos
Esu Ol'Obe - o Senhor da Faca
Esu El'Ebo - o Senhor das Oferendas
Esu Alafia - o Senhor da Satisfação Pessoal
Esu Oduso - o Vigia dos Odus
ARQUÉTIPO
O arquétipo de Exu é muito comum em nossa sociedade, onde proliferam pessoas com caráter
ambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com inclinação para a maldade, o desatino, a
obscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que têm a arte de inspirar confiança e dela abusar,
mas que apresentam, em contrapartida, a faculdade de inteligente compreensão dos prblemas dos
outros e a de dar ponderados conselhos, com tanto mais zelo quanto maior a recompensa esperada. As
cogitações intelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhes convêm particularmente e são, para
elas, garantias de sucesso na vida.
ESSABAS DE EXÚ
Folha da Costa – Odun-dun
Bredo sem espinho - Teté
Aroeira
Fruto da aroeira vermelha
Cansansão-de-porco – Kan-kan
Cansanção branco de leite - Inã
Folha de mangueira
Açoita Cavalo
Dedo de Exú
Folha de Tento de Exú
Folha de Bobó – Kanan-kanan
Tiririca - Labre
Mal-me-quer-bravo - Pepé
Carrapicho de Agulha – Picão-da-praia - Aberê
Palma do Diabo
Corredeira Preta
Corredeira Branca
Urtiga
Alfavaquiva – Orim-rim
Folha do Fogo
Coração de Negro
Figueira Brava
ÈSÙ
ABRANDA FOGO; AMENDOEIRA; AMOREIRA; ANGELIM; AROEIRA;
ARREBENTA CAVALO; ARRUDA MIÚDA; AZEVINHO; AVINAGUEIRA;
BARBA DO DIABO; BARDANA; BELADONA; BRINCO DE PRINCESA;
CACTUS ( TODOS ); CANA-DE-AÇÚCAR; CANA DE MACACO; CANJERANA;
CANSAÇÃO; CATINGUEIRA; BELDROEGA; CAJUEIRO; CANJERANA;
CARRAPICHO; COMIGO-NINGUÉM-PODE; CORREDEIRA; CRIZANTEMO;
ERVA PREÁ; FIGUEIRA PRETA; FOLHA DA FORTUNA; FEDEGOSO; FOLHA
DA COSTA; GARRA DO DIABO; TAJUJÁ; SEMPRE VIVA; TAMIARANGA;
TAPIXIRICA; TAYUYA; TINHORÃO ROXO; TINTUREIRA; TIRIRICA
(DANDÁ-DA-COSTA); URTIGA; JAMELÃO; IVITINGA; JUAZEIRO;
JURUBEBA; LARANJEIRA DO MATO; MACONHA; MAMÃO BRAVO;
MAMÃO; MANGUEIRA; MATA CABRAS; MANJERIOBA; MATA PASTO;
MUSSAMBE; MARIA MOLE; ORA-PRO-NOBIS; PALMEIRA AFRICANA; PAU
SANTO; PAU D'ALHO; PERPÉTUA; PICÃO DA PRAIA; PIMENTA DA
COSTA; PIMENTA MALAGUETA; PINHÃO BRANCO; PINHÃO ROXO;
MIXIRICA; QUIXAMBEIRA; XIQUEXIQUE; SÃO GONÇALINHO; ASSAPEIXE;
BABOSA; MENTA; PATCHOULI.
A seguir coloca-se em ordem de preferência as


comidas que Exú gosta
:
- PREÁ
- Peixe fresco ou defumado
- Aves
- Comidas secas
- Cabritos e porcos
Qualidades de Exú Bará:
- Exú Lona ou Inã
- Exú Odara
- Exú Ojise-Ebo
- Exú Ajelu, Ijelu, Ajelu Lalu
- Exú Ifê-Milê
- Exú Barakesan
- Exú Alekefó
- Exú Alaketu
- Exú Mojubá
- Exú Ajake-Osun
- Exú Tiriri
- Exú Soroxé
- Exú Elebó
- Exú Akueran
- Exú Eleru
- Exú Yangui ou Agbá
QUALIDADES DE EXÚS:
1.Elegbára
2.Alákétu
3.Laalu
4.Jelu
5.Run danto
6.Tiriri
7.Lonan
8.Jele bara
9.Anan ou Inan
10.Bará
11.Jigidi
12.Mavambo
13.Embeberekete
14.Sinza Muzila
15.Sandú
16.Baragbo
17.Akesan
18.Baralajki
19.Betire
20.Lamu Bata
21.Okanlelogun
ASPECTOS:
EXÚ LONÃ ou INÃ:


É um dos primeiros a ser invocado nas cerimônias de Ipadê. É o protetor
do Babalorixá do Egbé. Este Exú está ligado ao fogo.
EXÚ ODARA:


Invocado na cerimônia do Ipadê, afim de proporcionar bem estar, felicidade,
satisfação e harmonia.
EXÚ OJISE-EBO:


É invocado antes de qualquer oferenda aos Orixás. Ele é responsável pela
entrega dos ebós.
EXÚ IJELU:


Ligado à multiplicação e crescimento dos seres diversos, regula a lactação
materna, ou seja, toda a transformação dos seios durante a gravidez. Está associado também ao
pequeno caracol.
EXÙ MILÉ:


Está relacionado ao amor, ao lado emocional, ao afeto humano. Costuma proteger
os filhos de Oxum, Nana e Yemonjá.
EXÚ BARAKESAN:


Supervisiona as trocas feitas pelo homem.
EXÚ ALEKEFÓ:


Está ligado aos meses do ano, regula os movimentos da Terra.
EXÚ ALAKETU:


Este está ligado à nação Ketu.
EXÚ MOJUBÁ:


Este Exú está envolvido às traições do homem.
Moju: viver à noite; Ba: armar emboscada.
EXÚ AJAKE-OSUN:


Este Exú só faz o bem, se recusa a fazer o mal. Só gosta de ser tratado por
homem.
EXÚ TIRIRI:


“Ti” - com grande força, “Riri” - valor e mérito.
Tiriri recebeu este nome por ter atingido um grau especial.
EXÚ SOROKÊ:


Trabalha com Ogun Sorokê. Sorokê quer dizer: grito forte, brado.
EXÚ ELEBÓ:


Carregador de Ebó.
EXÚ AKUERAN:


Está ligado à caça.
EXÚ ELERU:


Começa a ser assentado do lado de fora até chegar dentro do Egbé.
EXÚ YANGUÍ ou AGBÁ:


Exú pé-de-òkotó, Rei de todos os seus descendentes. Foi o primeiro
nascido de sua linhagem, pai ancestral.
Este Exú foi formado através da mistura de água e terra (lama), matéria prima que Ikú usou
para modelar o ser humano.
É conhecido também como pedra vermelha de la territa ou como a proforma (primeira forma),
ou seja, primeira matéria dotada de forma.
LENDA DE EXÚ
Elegbara foi procurar uma rainha desprezada, cujo marido a havia abandonado.
Elegbara pediu à rainha apaixonada que trouxesse alguns fios de barba do Rei, dando à ela uma
faca para executar sua ordem e prometendo que lhe faria um amuleto para trazer o marido de volta.
Logo após, Elegbara foi à casa do filho da Rainha, aquele que herdaria o trono. Este príncipe
vivia fora do reino do pai. A tradição local impunha tal condição, por acreditarem que a cobiça pelo
poder lhes subisse a cabeça e os jovens príncipes fossem levados a cometerem crimes contra o Rei.
Elegbara disse ao príncipe que o Rei iria para ume batalha e desejava a presença do filho e seus
guerreiros no castelo real à noite.
Por último, Elegbara foi ao Rei e disse-lhe que a Rainha desprezada, tomada de ódio pela sua
antipatia para com ela desejava mata-lo. Elegbara disse que o Rei deveria ter muito cuidado à noite.
Ao anoitecer, o Rei foi para os seus aposentos como de costume. Mais tarde, chegou a Rainha
aproximando-se devagar com uma faca, pois tencionava cortar alguns fios da barba do Rei. O Rei
avisado por Elegbara toma tal situação como uma tentativa de assassinato, desarmando a Rainha e
começando uma luta.
O príncipe chega ao palácio e ouve gritos e barulhos vindos do quarto real. Ele e seus
guerreiros invadem o quarto e presenciam o Rei e a Rainha lutarem e pensam que o Rei estava
tentando matar a Rainha. Por sua vez, o Rei vendo o príncipe e os guerreiros invadindo seu quarto,
julga como uma conspiração entre mãe e filho para tirar seu trono. Trava-se assim, uma batalha cruel
entre pai, mãe e filho, o que levou a destruição de todo o reino.
LENDA DE EXÚ
Conta-se que dois grandes amigos tinham, cada um, um pedaço de terra, dividido por uma
cerca. Diariamente os dois iam trabalhar, capinando e revirando a terra para plantio.Exú interessado
nas terras, fez a proposta de adquiri-las, o que foi negado pelos agricultores. Aborrecido, mas
determinado a adquirir aqueles dois terrenos, procurou agir. Colocou na cerca um boné, de um lado
branco e do outro vermelho.
Naquela manhã, os amigos lavradores chegaram cedo para trabalhar a terra e viram o boné na
cerca. Um deles viu o lado branco e o outro o lado vermelho.
Em dado momento, um dos amigos perguntou: - O que este boné branco faz encima da cerca?
O outro respondeu: -Branco? Mas o boné é vermelho! E começaram uma discussão incansável.
Desencadeou-se uma luta corporal, e com as mesmas ferramentas de trabalho mataram-se.
Exú que de longe assistiu à tudo, esperando o desfecho já imaginado por ele, aproximou-se e
assumiu a posse das terras, não sem antes fazer um comentário bem sagaz:
-


Que gente confusa que não consegue resolver problema tão simples!
LENDA DE EXÚ
Havia uma rivalidade entre Exú e Oxalá. Ambos discutiam sobre a sua supremacia, ou seja,
quem detinha o poder, quem era o mais antigo, quem iria governar.
Oxalá se sentindo insultado, durante uma disputa cheia de malícias, armadilhas e enigmas,
apodera-se da cabaça que põe fim ao poder de Exú, transformando-o em mero servidor, aquele que
transporta e codifica as informações e mantêm a ligação entre Àiyé e Orun!
LENDA DE EXÚ
Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deulhe,
entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso,
nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e
animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos
estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação.
Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz
voltasse a reinar.
Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.
Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As
cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas, pois
elas estavam muito sem vida.
Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada,
mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.
Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores e
entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens que
exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.
Orixá Exú

EXÚ (Èsù) é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, EXÚ é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. EXÚ é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.

Muitas são as confusões e equívocos relacionados com EXÚ, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, EXÚ contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. EXÚ não é totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.
O maniqueísmo, próprio das grandes religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a EXÚ. A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a EXÚ, para que ele seja, no seu quotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.
EXÚ é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores.
EXÚ é a figura mais importante da cultura iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.
EXÚ é o dono do mercado, o seu guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com venda devem agradar a Exu. As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem sempre o primeiro bolinho a EXÚ, atirando-o à rua, não só para vender bem, mas também par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, para que EXÚ seja de facto um guardião e proteja o seu negócio.
É importante ressaltar que EXÚ não tem amigos nem inimigos. EXÚ protege sempre aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores.
EXÚ foi a primeira forma dotada de existência individual. Não se sabe ao certo a sua região de origem em África, pois em todos os reinos se presta culto a EXÚ. Sabe-se, no entanto, que chegou a ser rei de Kêtu. EXÚ renasceu várias vezes e a sua história revela que é filho de Orunmilá ou de Oxum, dependendo do momento em que renasce.


CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE EXÚ

Os filhos de EXÚ são alegres, sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos, espertos, inteligentes, atentos. Sabem como ninguém ser sociáveis e diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter o maior número possível de amigos.
Rapidamente, os filhos de Exu se tornam pessoas populares, amadas por uns, odiadas por outros. Extremamente dinâmicos, os filhos deste orixá não se desanimam nunca, mantêm sempre a certeza de que as coisas, mais cedo ou mais tarde, acabam por mudar a seu favor.
Pessoas com impressionante facilidade de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem. Irónicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores. São pessoas extremamente rápidas, que não pensam: fazem.
Os filhos de EXÚ possuem uma facilidade impressionante para entrar e sair de confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as consequências. Esquecem facilmente as ofensas, não guardam rancor, mas não perdem a oportunidade de se vingar. Gostam da rua, das festas e das conversas intermináveis, comportamento próprio de um orixá que é só alegria.

FONTE: http://ocandomble.wordpress.com/

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